De mero coadjuvante a herói. O zagueiro Gabriel foi um dos mais aplaudidos pelos quase três mil paranistas que estiveram na Vila Capanema na fria noite de terça-feira. Não é para menos.
O zagueiro de 22 anos, com um chutaço de fora da área (contando com o desvio de Léo Oliveira), mandou para longe um jejum de 374 minutos sem gols do Paraná Clube.
O time não comemorava uma bola na rede desde aquele gol de Wellington Silva, aos 38 minutos do segundo tempo, que decretou empate por 3×3 com o Ceará. Depois disso, quatro derrotas em série, todas com o Tricolor passando em branco.
Nesse período, foram nove gols sofridos, revelando não só a inoperância do ataque, mas a fragilidade do sistema defensivo. “Não via a hora de entrar no time. Ainda mais depois do que ocorreu em Goiânia”, disse Gabriel.
Na fatídica atuação contra o Atlético-GO, ele entrou em campo aos 42 minutos do primeiro tempo, na vaga do lesionado Aderaldo. O Paraná já perdia por três e ainda levaria mais dois gols na fase final.
“Deixamos aquilo de lado, literalmente. Precisávamos nos concentrar apenas no Ipatinga e foi o que ocorreu”, comentou. Gabriel, antes da chegada de Sérgio Soares, havia apenas sido relacionado para o banco de reservas por cinco vezes.
Agora, já virou titular absoluto da equipe. “Estava buscando meu espaço. Foram dois meses de treinos puxados com os preparadores físicos. Espero não sair mais do time”. Quanto ao gol, o zagueiro reconhece que contou com a sorte, mas garante que o objetivo era mesmo o tiro pro gol. “Bati forte e fui feliz, o que é mais importante.”
A reação do exigente torcedor paranista, aplaudindo o garoto, se deve não apenas por este lance, mas pela dedicação de Gabriel ao longo da partida. Com carrinhos precisos e se permitindo alguns avanços para o campo de ataque, o baiano de 1,93m ganhou a camisa titular e espera não sair do time tão cedo.
“Temos um longo caminho pela frente. Não dá pra comemorar muito, pois no sábado tem “pedreira pela frente”, lembrou Gabriel, dono da camisa 3 para o jogo contra o até agora imbatível Guarani.