WTA de Florianópolis descarta Serena e mira Lisicki

Depois da estreia bem-sucedida no calendário da WTA, o Torneio de Florianópolis quer se consolidar no circuito feminino de tênis. Para tanto, a competição busca trazer ao Brasil tenistas do Top 20, com menor cachê, para não afetar as finanças da organização e para manter o foco na valorização das atletas brasileiras.

Por essa razão, o torneio já descartou a norte-americana Serena Williams e negocia com a alemã Sabine Lisicki, algoz da número 1 do mundo na última edição de Wimbledon. Lisicki, vice-campeã do Grand Slam britânico neste ano, é uma das mais cotadas para encabeçar a lista de tenistas que jogarão a segunda edição do WTA catarinense, entre os dias 24 de fevereiro e 1.º de março de 2014.

Lisicki ganhou força entre as possíveis tenistas a jogar em Florianópolis no próximo ano por exigir cachê menor e por não figurar no Top 10. Serena Williams, que era uma das mais esperadas para a competição, teria pedido 400 mil dólares para entrar em quadra em Santa Catarina.

Assustado com o cachê, o diretor da competição, Rafael Westrupp, descartou a vinda da número 1 do mundo. “Com tenistas do Top 10, o torneio fica muito mais caro”, justificou. Segundo Westrupp, Serena Williams teria se empolgado para conhecer Florianópolis após ouvir elogios da irmã Venus, principal estrela da primeira edição do torneio, neste ano.

Os comentários positivos teriam estimulado o interesse de outras tenistas que se encaixam no perfil buscado pelo torneio. A eslovaca Daniela Hantuchova (33.ª) e a russa Nadia Petrova (atual 104.ª e ex-número 3) seriam duas delas. De forma espontânea, elas demonstraram vontade de jogar em Florianópolis, sem confirmar presença ainda.

“Recebemos muitos elogios em Miami e Indian Wells. Acho que superamos a desconfiança”, disse Westrupp, que chegou a negociar com a ex-líder do ranking Ana Ivanovic, sem sucesso. No momento, ele também negocia com a belga Kirsten Flipkens (20.ª do ranking).

Os Torneios de Indian Wells e Miami vêm logo na sequência da competição catarinense, no calendário da WTA, o que é encarado como grande trunfo por Westrupp. Os três eventos são disputados sobre o mesmo piso duro. Hantuchova, por exemplo, já foi campeã duas vezes em Indian Wells. Sua participação no Brasil, a partir do dia 24 de fevereiro, serviria de preparação para os eventos maiores nos Estados Unidos.

Outro trunfo da competição catarinense é a localização dentro da cidade. A sede do torneio fica a cerca de 2 km do hotel em que as tenistas ficam hospedadas. Deste local, elas podem ir a pé para treinar na academia vinculada ao torneio. O diretor conta ainda com a bela vista das quadras, à beira-mar. “Não dá para negar que é um atrativo”.

A busca por tenistas do Top 20 ou 30 faz parte da estratégia do torneio. Com orçamento limitado, Westrupp quer manter os “pés no chão”. O diretor mira um crescimento gradual do evento, independente de cachês. “Queremos que o torneio gere interesse natural das tenistas. Começamos muito bem (neste ano), a perspectiva é grande”, disse o dirigente, que projeta ampliar o público de 25 mil para 30 mil em 2014.

Com a postura mais cautelosa, Westrupp também quer evitar expectativas sobre a vinda de tenistas mais badaladas. “Se eu trouxer a Serena em 2014, quem poderia trazer no ano seguinte? O público vai esperar uma sumidade aqui todos os anos”, ponderou. “Queremos que o torneio tenha vida própria”.

A busca por famosas esbarraria na prioridade número 1 da competição, que é valorizar as atletas da casa. Neste ano, o diretor revela que negou convites à russa Svetlana Kuznetsova e à italiana Francesca Schiavone, ambas campeãs de Roland Garros. Elas tentaram entrar na competição de última hora, mas foram preteridas em benefício das brasileiras Bia Haddad Maia, Paula Gonçalves e Nanda Alves, catarinense que estava em baixa. As três ficaram com os três wild cards da competição.

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