Williams prepara divórcio da BMW

São Paulo – Passou da fase de briguinha íntima para lavagem de roupa suja em público. Frank Williams praticamente selou ontem o divórcio entre sua equipe e a BMW, montadora que lhe fornece motores desde 2000. Em entrevista a uma revista inglesa, o dono do time classificou seu relacionamento com a fábrica alemã como "o mais hostil" que já experimentou em sua carreira na Fórmula 1.

Discussões constantes e intermináveis sobre o desempenho do carro, com a equipe jogando a culpa no motor e a BMW atirando a responsabilidade no time, levaram a parceria a uma situação, segundo Frank, em que o trabalho conjunto passou a ser quase inviável.

"Nossas relações com a Honda e com a Renault foram sempre mais tranqüilas, pautadas pela cooperação, e com resultados bem melhores", disse o dirigente. Em sua história, descontando a fase Ford Cosworth, que quase todos usavam, a Williams manteve casamentos duradouros com essas duas empresas. Chegou a comprar motores Judd e Mecachrome (derivados dos Renault), também, mas só na condição de cliente.

Com a Honda, a Williams ganhou três títulos em 1986 e 1987 (os dois de construtores e um de pilotos, com Piquet). Com a Renault, o casamento foi um sucesso estrondoso: nove taças, cinco de Construtores e quatro de Pilotos (Mansell, Prost, Hill e Villeneuve), entre 1992 e 1997.

Segundo Frank, japoneses e franceses "nunca nos apontaram o dedo de forma acusatória" como têm feito os bávaros. "E nós também não perguntamos constantemente a eles a razão das 150 quebras de motor que já tivemos desde 2000", alfinetou. Neste mês a BMW vai anunciar sua associação com a Sauber para 2006. Não se sabe, ainda, se como fornecedora de motores ou como co-proprietária da equipe suíça.

Já a Williams conversa basicamente com duas fábricas, Honda e Toyota, e tem na Cosworth uma terceira opção. Com a Toyota, que poderia usar a marca de luxo Lexus no cabeçote, a coisa é mais complicada pelo risco que a montadora tem de ver uma cliente andando mais que o time oficial.

A Honda seria o caminho natural, pelo relacionamento bem-sucedido no passado e pelo fato de a BAR, que hoje usa seus motores, não ser propriamente uma equipe de fábrica ? embora 45% de suas ações pertençam à empresa japonesa, o nome do time não é Honda.

Voltar ao topo