Vôlei aposta na união pelo ouro

Rio (AG) – Atual campeã mundial, da Copa do Mundo e da Liga Mundial, a seleção brasileira masculina de vôlei embarca para a Europa na terça-feira como franca favorita à medalha de ouro em Atenas. Campeã de 11 das 13 competições que disputou desde 2001, a equipe do técnico Bernardinho não se preocupa com destaques individuais e aposta na união e na força do conjunto como armas para conseguir o bicampeonato olímpico.

“Nossa grande qualidade é o coletivo. Temos um número excepcional de jogadores excelentes. Posso fazer modificações durante uma partida sem que isso represente uma queda de rendimento”, diz o treinador. “Acredito que a força da equipe tem sido essa. Com seis não vamos ganhar de ninguém, mas como 12 somos realmente muito fortes”, completa.

A opinião de Bernardinho é compartilhada por todos os jogadores. Para o atacante Giovane, que disputará em Atenas a sua quarta olimpíada, a seleção atual não sofre com problemas de vaidade e isso fortalece o companheirismo do grupo.

“O fato de todos os jogadores terem condições de ser titular é difícil de coordenar no dia-a-dia, afinal de contas ninguém que ficar no banco. Mas nós conseguimos que esse ambiente se transformasse em uma coisa natural. Nesse grupo, jogar ou não jogar é algo normal, pois todos são atletas experientes e vencedores”, afirmou Giovane.

Pan é exemplo

Recordista de jogos com a camisa da seleção brasileira e campeão olímpico em Barcelona, o levantador Maurício tenta transformar o favoritismo em incentivo.

“Não podemos fugir da responsabilidade de sermos favoritos, afinal de contas, só atingimos esse nível graças aos títulos que conquistamos”, ressalta. “Mas temos que encarar esse favoritismo por um aspecto positivo e não pelo lado da pressão. A equipe tem condições de conquistar o título? Tem. Então vamos trabalhar forte e mostrar a razão disso tudo. É isso que faz uma equipe campeã”, afirmou.

A última derrota da seleção brasileira foi para a Venezuela, na semifinal dos Jogos Pan-Americanos, em Santo Domingo. Desde então, a equipe vem mantendo uma invencibilidade que já dura 34 jogos.

“Aquela derrota mexeu com todos nós. O grupo, e eu me incluo nele, entendeu que tinha cometido erros e aprendeu a lição. Não podemos sair de quadra sem ter a certeza de termos tentado o melhor. Estamos indo para Atenas para dar o máximo. Depois, se os outros forem melhores, os méritos serão deles também, mas nós temos que fazer a nossa parte”, diz o treinador. “Aquela derrota machuca até hoje, e talvez esse seja o momento mais propício para lembrarmos dela. Para que não sejam repetidos os erros do passado”, finalizou.

O Brasil estréia nos Jogos Olímpicos no dia 15 de agosto, às 10h, contra a Austrália. Antes disso, nos dias 6 e 8, disputa dois amistosos contra a seleção francesa, em Bordeaux.

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