O Atlético entra em campo hoje para tentar dar o pulo do gato em cima do maior rival. Por isso, uma vitória, hoje, no Couto Pereira, terá um significado bem maior do que a simples superioridade sobre o Coritiba no clássico 316. Desfalcado de seus principais jogadores, o Rubro-Negro pode provar que seu elenco é forte e que a “garotada” tem mesmo futuro. Além disso, seriam os primeiros três pontos conquistados fora de casa no campeonato brasileiro, um salto considerável na tabela e uma motivação a mais para a equipe ir em busca dos primeiros lugares nas próximas rodadas.
Todos esses motivos acabaram fazendo o técnico Osvaldo Alvarez esquecer dos desfalques. Sem a presença dos meias Kléberson e Adriano e do atacante Ilan, convocados para a seleção brasileira, e do atacante Dagoberto, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Vadão teve que recorrer aos reservas e jogadores que pouco atuaram nesta competição.
O comandante rubro-negro lançou mão da velha prática de treinos secretos e chamou para si a responsabilidade. Tirou o peso de cima de alguns e isso pode ser um diferencial num jogo, que naturalmente é marcado pelo nervosismo e pela catimba de lado-a-lado.
Mas, não é só isso. Os prováveis substitutos dos ausentes têm bons motivos para quererem entrar e mostrar serviço. Para o jogo, o máximo que Vadão abriu para os jornalistas foi que a tendência é mudar o mínimo possível a equipe. A tendência é de que o esquema 4-4-2 seja mantido ou, no máximo, pinte um 3-5-2 disfarçado com o volante e capitão Leomar recuado para fazer o terceiro da linha de trás. Com essa opção, Isaías ganharia uma vaga no meio para reforçar a marcação. Se mantiver a coerência e tentar manter a mesmo forma de atuação do time com os selecionáveis, Rodriguinho, Fabrício, Selmir e Ricardinho são os prováveis titulares para a linha de frente.
Quatro estréias. E mistério
O jogo está prometendo. Muito mistério, catimba, nervosismo e três pontos válidos pelo campeonato brasileiro devem marcar mais um Atletiba. Muitos ingredientes e dificuldades que os jogadores estão acostumados a enfrentar na carreira de profissional. Só que dessa vez tudo estará presente em apenas uma partida. O que alguns deles só vão poder dizer após o confronto é como isso tudo funciona em um Atletiba. São os estreantes em clássicos de Atlético e Coritiba e desta vez não são poucos. Como as duas escalações são um mistério, vários deles poderão ver o grande jogo da cidade apenas do banco de reservas, mas quatro já estão confirmados e esperando ansiosamente pelo grande momento.
Do lado do Atlético, o técnico Osvaldo Alvarez já confirmou o goleiro Diego, o zagueiro Capone e o volante Luciano Santos. Todos eles irão pegar o Coxa pela primeira vez vestindo a camisa rubro-negra. Junto com eles, o atacante Ricardinho também deve atuar e sentir o gostinho do clássico. No banco, estarão o volante Isaías e o meia Jádson. “O pensamento é ir lá, fazer um bom jogo e ganhar os três pontos para se manter dentro da equipe”, diz Ricardinho, que praticamente confirma sua escalação.
Para ele, atacante vive de gols e ele vai para cima dos coxas. “A gente assistiu aos jogos deles, eles pegam muito e a gente tem que pegar também para conseguir a vitória”, dispara. Já o goleiro Diego não vê a hora de entrar em campo. “A gente fica ansioso por se tratar do meu primeiro clássico no estado. Quando eu cheguei no Atlético, eu estava há poucos dias no clube e aconteceu o jogo pelo Estadual e não participei. Agora é a hora de estrear e, se possível, estrear com vitória”, analisa.
Do lado do Coritiba, Jackson é o único estreante confirmado, mas com muita experiência em clássicos regionais. Desde que chegou ao Sport, em 97, o meio-campista enfrenta adversários de ponta, como Santa Cruz e Náutico, Santos, São Paulo e Corinthians (quando jogava no Palmeiras), Atlético-MG (nos tempos de Cruzeiro) e Grêmio (na época de Internacional).
Por isso, o armador mantém a tranqüilidade, mesmo percebendo que Curitiba ficou diferente nessa semana. “É uma partida que agita a cidade inteira, e que todo jogador quer estar presente. Espero que seja um grande jogo, e que o Coritiba saia com os três pontos”, comenta o jogador. De outro lado, o zagueiro Nivaldo vive duas expectativas – primeiro, se vai jogar; e depois, a experiência de, no seu segundo jogo com a camisa coxa, encarar um Atletiba. “Estou à disposição do Bonamigo, mas já percebi como é importante vencer essa partida”, comenta. Dentre os jogadores alviverdes concentrados para o clássico, Douglas, Maurinho, Odvan, Gilmar e Helinho ainda não jogaram Atletibas.
Isaías pode ser carta na manga de Vadão
O técnico Osvaldo Alvarez deverá manter o esquema 4-4-2 para enfrentar o Coritiba, mas ele tem pelo menos uma carta na manga para surpreender o adversário. O volante Isaías vem se destacando nos treinamentos e já está pedindo passagem no time titular. Apesar de ter atuado apenas uma vez com a camisa rubro-negra, ele pode ser uma das armas secretas do treinador para mudar o esquema tático hoje, de início ou no decorrer da partida.
Bom marcador e de passe certeiro, Isaías promete muito empenho caso seja um dos eleitos de Vadão. “Nós estamos trabalhando forte e temos condições de mostrar um bom futebol e vencer o clássico”, aponta. É com esse espírito que ele e todos no clube esperam enfrentar os coxas mesmo com desfalques de vários jogadores na seleção brasileira.