A Terceira Divisão do Campeonato Paranaense pode estar prestes a perder sua primeira equipe por desistência. O time do Umuarama, quarto colocado no grupo A, ameaça fechar as portas por falta de recursos para continuar adiante na competição. Tudo devido a um imbróglio mal resolvido com a prefeitura da cidade.
“Tenho um acordo por escrito com a prefeitura da cidade, em que ela se responsabiliza em colocar o estádio em condições de jogo. E isso até agora não foi feito. Estou desde janeiro trabalhando aqui e deixaram para a última hora. Alguém da cidade não tem interesse no desenvolvimento do futebol”, afirmou Terra Júnior, que é presidente, dirigente, treinador, massagista e todas as demais funções da equipe.
Terra Júnior comentou que a equipe já tem um orçamento apertado, tanto que todos os atletas atuam sem receber salário, apenas por amor ao esporte. E por não ter o Estádio Lúcio Pepino de acordo com os laudos necessários, o Umuarama está atuando em Rolândia. “Quando sou mandante tenho um gasto de aproximadamente cinco mil reais. Prefiro ser visitante que economizo, porque gasto apenas três”, explicou.
O funcionário do Umuarama destacou a hombridade de seus atletas, que na última rodada viajaram apenas em 11 para a partida – pois no mesmo dia a equipe disputou as finais dos Jogos Abertos e foi campeã invicta – e mesmo perdendo de 7×0 não fez corpo mole. Hoje haverá uma reunião com os jogadores para expor a situação. “Meus atletas são heróis, por tudo que fizeram. Obviamente eles estão todos apavorados, porque a competição é uma oportunidade para eles. E mesmo sem receber, eles estão cogitando fazer uma vaquinha para seguir na competição”, destacou Terra Júnior.
A equipe não tem patrocinadores e conta com a ajuda de duas panificadoras, a Real, que doa 30 pães, e a Pan D’oro que doa 40 pães e mais três litros de leite. Quem também contribui é a Federação Paranaense de Futebol, que escala árbitros próximos ao local do jogo para diminuir os gastos. A prefeitura também auxilia, disponibilizando transporte, alojamento, água e luz.
“Que fique claro que a minha revolta é em relação às condições de jogar sempre fora. É contra a prefeitura que prometeu ajudar com o estádio, que era de onde sairia à renda, e até o momento nada. Também não tem nada a ver com os resultados. A minha ideia é arranjar alguém que cubra essas despesas. Se tiver alguém eu continuo. Acho uma vergonha abandonar a competição assim”, concluiu Terra Júnior.
Prefeitura
A Prefeitura de Umuarama não atendeu as ligações para comentar o caso. O expediente já havia se encerrado no fechamento desta matéria.