Uma Indy 500 mais feminina

Indianápolis (AE) – O tradicional autódromo de Indianápolis ganhará um charme especial hoje. Nas arquibancadas, como sempre ocorre, pelo menos 350 mil pessoas vão passar pouco mais de três horas com os olhos grudados na pista.

Os olhos, porém, deverão estar mais curiosos. É que, além do natural interesse pelos pegas que definirão o vencedor das 500 milhas, a corrida da tarde (14 horas de Brasília, pela Band e pelo canal BandSports) tem um atrativo extra: três mulheres – as americanas Danica Patrick e Sarah Fisher e a venezuelana Milka Duno – entre os 33 pilotos que se alinharão no grid.

Em 91 anos de história, é a primeira vez que as 500 milhas recebem três representantes femininas. Danica começou no kart aos 10 anos – hoje tem 25. Sarah, mais cedo ainda, aos 5 anos, quando ganhou um minikart dos pais. Até mesmo Milka, engenheira naval, de 35 anos, que trocou carreira segura pela velocidade, já tem algum tempo de estrada, quer dizer, de pista. Desde 1999, participa de campeonatos menores nos EUA e chegou a competir na Europa.

Danica é a mais bonita e, o que lhe interessa, a mais talentosa do trio. A rigor, é a única das três com alguma chance de ganhar as 500 milhas (chegou em quarto, em 2005), até por pertencer a um time forte, o Andretti-Green. ?Cresci muito como piloto nos últimos anos. E ganhar em Indianápolis com certeza muda a vida de qualquer pessoa??, considera. Ela larga em oitavo hoje (fez média de 360,538km/h no treino oficial). O pole é o brasileiro Hélio Castro Neves (363,339 km/h). Tony Kanaan sai em segundo (363,243km/h).

Sarah Fisher é, aos 26 anos, veterana no Indianápolis Motor Speedway. Hoje, disputa a prova pela sétima vez e, apesar da experiência, não tem grandes chances. Por correr pela pequena Dreyer&Reinbold, largar em 21.º lugar (fez ?apenas?? a média de 357,133km/h) e, principalmente, porque seu retrospecto na pista, e de resto na categoria, não anima ninguém a apostar alto nela.

Milka Duno está chegando agora. Estreou na IRL dia 29 de abril, no Kansas, e, para disputar as 500 milhas, teve de passar pela ?escolinha?? dos calouros em Indianápolis. Foi aprovada sem problemas e, na classificação, colocou seu carro no 29.º lugar (média de 352,737km/h).

Milka se destaca pela simpatia. Só perde o humor com as insinuações de que sua presença na IRL é parte dos planos do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de atazanar o presidente americano George W. Bush.

Tony e Helinho preparados para a vitória

Indianápolis (AE) – ?Agora, eu quero é ganhar. Nada desse negócio de pódio ou de marcar pontos. Está na hora de vencer em Indianápolis.?? É com essa disposição que o brasileiro Tony Kanaan disputa, pela sexta vez na carreira, as 500 milhas. Ele já fez pole (em 2005), já chegou em segundo lugar (em 2004, ano em que foi campeão da categoria). E entende que chegou a sua vez de beber o leite pela vitória na tradicional prova.

A vontade de vencer, no entanto, não diminuiu a descontração de Kanaan. ?Eu não tenho problema de tensão, nervosismo. Quando se tem confiança no trabalho, não precisa ficar nervoso. Agora, é sentar e acelerar??, disse. Sua confiança tem vários motivos, um deles superimportante: ?Tenho um bom carro para esta corrida??, garante o piloto da Andretti-Green.

Pole position, Hélio Castro Neves, da Penske, já sentiu o gosto de vencer em Indianápolis – em dose dupla, nas corridas de 2001 e 2002. Ele admite estar entre os favoritos à vitória, mas não deixa a ponderação. ?Sou favorito. Eu e mais uns dez??, aponta.

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