Um projeto para tornar o Londrina viável

A goleada sofrida para o Atlético não deverá desanimar o presidente do Londrina, Agostinho Garrote, em sua busca pelo reerguimento daquele que já foi uma das maiores forças do futebol brasileiro. Para quem estava para fechar no início do ano, chegar à semifinal do campeonato paranaense já é uma façanha. Mas, ele quer mais do que isso. Mesmo com chances remotas no estadual e já pensando na Série C, o dirigente promete anunciar em 20 dias um projeto para tranformar o LEC num clube viável e perene para os próximos anos.

"É um projeto autosustentável para que o Londrina não dependa mais de abnegados", antecipa Garrote. Ele faz mistério em relação ao tipo de projeto que vai anunciar, mas dá algumas pistas de que o Furacão poderá ser um espelho para essa nova fase do Tubarão. "Pode ser parcerias com empresas ou pessoas e alguém tem que começar a fazer alguma coisa. A camisa do Londrina é muito forte porque se fosse uma empresa já estaria fechada", aponta.

Tudo devido ao buraco em que o clube se meteu nos últimos anos, com administrações contestadas e até renúncia de presidente. O dirigente não revela qual o montante exato das dívidas do clube, mas deixa escapar que o passivo gira em torno de R$ 4 milhões. "São dívidas com o governo e que, negociadas, saem por R$ 1,5 milhão. Mas, o que nos atrapalha são as ações trabalhistas", revela. No entanto, Garrote diz que o pior ainda está por vir.

"Agora é que nós vamos ver o prejuízo que foi cair da Série B para a C", projeta. Isso significa que após o Paranaense, o Londrina entra em recesso e só volta às atividades no futebol em junho ou julho. "Vamos dispensar jogadores, emprestar outros e voltar a trabalhar com antecedência para tentarmos subir novamente", diz. Arranjar dinheiro vai ser difícil, mas, pelo menos no curto prazo, o Londrina parece estar organizado. "Nós estamos fazendo um paliativo até termos uma estrutura definitiva, mas já temos projeto para a Série C, categorias de base e a sede campestre", pondera.

Mesmo sem muitos recursos, Garrote está ganhando a simpatia da torcida e dos próprios jogadores pela empolgação. Ao final da partida contra o Atlético, ele fez questão de cumprimentar um a um os atletas. Eram quase 22 horas em Londrina de um dia que tinha começado para ele às 6h30. "Geralmente, esse é o horário em que eu chego aqui. Veio até barbeiro cortar o meu cabelo,  ou o que resta dele, né?", brinca. Enquanto recebeu a reportagem em sua sala, não parou de atender o telefone e resolver "abacaxis". "Eu peguei um verdadeiro sacolão, não só com abacaxi, mas com pepinos também", finaliza.

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