Uefa controla venda de produtos durante Eurocopa

O mais rico dos campeonatos europeus de futebol já realizado, com lucros estimados de mais de 1,3 bilhão de euros, também se transforma em uma guerra de marcas. A Uefa colocou fiscais em todas as cidades que recebem os jogos da Eurocopa, na Suíça e na Áustria, com uma só missão: garantir que apenas as marcas dos patrocinadores oficiais sejam comercializadas na região dos estádios.

O resultado dessa ação é o protesto dos torcedores, que são obrigados a comprar apenas a cerveja Carlsberg, pelo preço de cerca de R$ 12,00 cada uma – valor considerado abusivo pelas associações de consumidores. "Simplesmente não há escolha. Ou bebo essa cerveja ou não bebo", afirmou o português João Pinto, que saiu de Lisboa para acompanhar a partida desta quarta-feira, entre Portugal e República Checa, em Genebra.

Apesar das queixas, a empresa fornecedora de cerveja na Eurocopa aponta que o consumo da bebida já aumentou em 15% nesta semana em comparação a outras semanas do ano. Dentro dos estádios, entretanto, apenas cerveja sem álcool é permitida. E a Feldschlösschen, marca sem álcool da Carlsberg, prevê a venda de 300 mil litros do produto.

A Uefa se recusa a flexibilizar sua lei e alega que os patrocinadores oficiais só pagaram altos preços à entidade porque teriam a garantia de que suas marcas e vendas seriam protegidas durante a Eurocopa. A cervejaria Carlsberg, por exemplo, desembolsou US$ 40 milhões para ter tal privilégio.

A venda de camisas que não sejam das marcas oficiais também são proibidas na região dos estádios da Eurocopa. A Adidas investiu pesado no torneio e a regra da Uefa proíbe que um grupo de mais de 30 pessoas com o mesmo slogan em suas camisas de uma marca que não seja a da patrocinadora entrem nos estádios. O objetivo é impedir que as empresas de material esportivo que ficaram de fora da competição façam uma tática de "guerrilha" e acabem utilizando os torcedores para fazer propaganda.

Mas os jornais suíços também protestam e alertam que o futebol é um "bem público", e não de propriedade da Uefa, que estaria ditando tudo o que se pode vender, usar ou consumir num raio de 3 quilômetros em cada estádio.

Pirataria 

Nas fronteiras da Suíça, o controle também foi reforçado. Desde o início da competição, a polícia incrementou a fiscalização contra produtos falsificados e que, ilegalmente, carregam os nomes da Uefa ou da Eurocopa.

Há cinco dias, por exemplo, 36 mil bandeiras com a marca da Uefa foram apreendidas na Suíça. Elas vinha da China e o grupo de contrabandistas esperava lucrar com a venda durante a Eurocopa.

O controle tem sido tão rígido que até a polícia local de Genebra foi multada. As autoridades distribuíram camisas aos policiais com o emblema da Eurocopa para que sejam identificados pelos torcedores. Mas não encomendaram da empresa oficial e, diante dos protestos da Uefa, tiveram de devolver toda a encomenda.

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