Tudo ou nada para o Paraná no clássico de amanhã

?Será uma decisão, o jogo da nossa vida?, falou Luiz Carlos Barbieri, a respeito do clássico de amanhã, contra o Coritiba, no Pinheirão. O técnico se referia à seqüência do Paraná Clube no Campeonato Estadual, mas a frase poderia se aplicar a seu próprio futuro dentro do clube. Aborrecido, o treinador rebate as críticas e afirma estar seguro quanto a sua permanência no cargo.

?Tranqüilidade? e ?administração? foram algumas das palavras mais citadas pelo técnico nas entrevistas da semana. Barbieri não considera exagerados os protestos de parte da torcida, que pediu sua saída após os empates em casa contra Paranavaí e Londrina. ?É normal, o trabalho é analisado em cima dos resultados e eles não são os que eu mesmo esperava.

A responsabilidade sempre cai em cima de um, mas sei administrar isso com tranqüilidade?, afirmou o treinador.

Algumas críticas da imprensa, porém, deixaram o técnico insatisfeito. Durante a semana, foi pouco amistoso com os repórteres de forma geral e mostrou-se insatisfeito com algumas colocações. ?Ate concordo com críticas, só não se pode faltar com a verdade?, disse o técnico, sem especificar quais seriam estas inverdades.

Barbieri defende-se argumentando que a equipe cresceu de produção desde o início do campeonato. ?Hoje a evolução é clara. O time vem jogando bem e criando chances, mas a gente faz até certo ponto. Depois as coisas fogem da nossa alçada. Falta tranqüilidade para fazer gols?, disse o treinador.

A insatisfação da torcida pode ser entendida, em parte, pelos números. Sob o comando de Barbieri, o Tricolor venceu 10 partidas, empatou sete e perdeu 12 – um aproveitamento de 42%, em 19 jogos pelo Brasileirão e 10 pelo estadual. Se não vencer o clássico, o Tricolor corre sério risco de ser eliminado do estadual ainda na 1.ª fase – e ao contrário de anos anteriores, em 2006 o Paraná manteve uma base em relação ao último Brasileiro.

Alheia às estatísticas, a diretoria parece respaldar o trabalho do técnico – o presidente José Carlos de Miranda enxerga o mesmo crescimento de produção e credita os últimos maus resultados a falhas de jogadores. Mas a pressão, em caso de derrota no clássico, pode provocar uma mudança de posição. ?Volto a dizer: tenho certeza de que estamos no caminho certo e que vamos nos classificar?, falou o técnico, que adota o discurso confiante como lema contra a fase ruim.

Edinho está fora do clássico

Nem era necessário o veredito do Departamento Médico. Assim que o lateral-esquerdo Edinho deixou o gramado da Vila Capanema logo no início do treino, chorando e andando com dificuldade, todos no Paraná perceberam que o jogador estaria fora do clássico de amanhã.

Edinho sofreu uma lesão muscular na coxa durante o aquecimento para o coletivo. ?Não era tão grave, mas ele ficou muito chateado por não jogar o clássico?, contou o médico Rafael Kleinschmidt, que fez uma estimativa aproximada de duas a três semanas para recuperação do jogador. Uma previsão mais exata deve sair após o exame de ressonância.

Sem Edinho, o técnico Barbieri escalou no coletivo o reserva imediato Rodrigo Alvim. Depois de um bom início de campeonato, Alvim caiu de produção e foi criticado por cometer faltas comprometedoras – um pênalti diante do Coritiba e a que gerou o gol de empate do Londrina. Agora ganha a chance de se recuperar.

Nas demais posições, a equipe que treinou foi a mesma do coletivo da véspera, com Goiano na ala e Jeff no ataque, substituindo o suspenso Maicosuel. É o provável time para pegar o Coxa.

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