Mira descalibrada

Trio de Ferro sofre com o baixo rendimento do ataque

O desempenho ruim de Atlético e Coritiba, na Série A do Campeonato Brasileiro, e do Paraná Clube, na Série B, pode ser explicado pela falta de produtividade ofensiva do Trio de Ferro na competição. Acostumados a formar grandes artilheiros durante as últimas temporadas, em 2014 nenhum atleticano, coxa-branca ou paranista conseguiu se notabilizar como homem gol das suas equipes e, por isso, os três aparecem com baixo aproveitamento ofensivo até agora.

O Coritiba, que é lanterna do Brasileirão e tem a situação mais delicada dentre os três, é a prova da ineficiência ofensiva na atual temporada. O Alviverde, apesar de ter melhorado seu ataque com a chegada do técnico Marquinhos Santos, marcou apenas 26 gols em 28 jogos e aparece com o sexto pior ataque da competição. O Coxa, no torneio, tem média de 0,92 gol anotado por partida.

A falta de um camisa 9 de ofício é tão notória que na distribuição de gols da equipe no Campeonato Brasileiro os meio-campistas foram os que mais marcaram no certame com onze gols anotados. Os atacantes, nas 28 partidas disputadas, marcaram dez vezes e jogadores da defesa fizeram outras cinco vezes.

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Keirrison, em 2008…

No Atlético, a situação é um pouco melhor. Com 31 gols marcados em 28 jogos, o time tem média superior a um gol por partida e tem o oitavo melhor aproveitamento ofensivo dentre os vinte participantes da Série A. Entretanto, depois de ver o atacante Éderson brilhar em 2013, sagrando-se artilheiro com 21 gols anotados, a equipe ainda não definiu quem é o seu camisa 9 na temporada.

Marcelo, que é o homem de velocidade pelos lados do Rubro-Negro, tem quatro gols e ao lado de Cléo aparece na vice-artilharia do time. O goleador do Furacão é Douglas Coutinho, com sete gols marcados. No Rubro-negro, a produtividade do ataque é superior aos outros setores da equipe. Vinte gols foram marcados por atacantes, seis por meio-campistas e somente quatro por jogadores da defesa, sendo três anotados pelo zagueiro Cleberson.

Com o sexto pior aproveitamento ofensivo da Série B, o Paraná Clube conseguiu marcar apenas 32 gols nos 29 jogos que disputou. Destes, 53% foram marcados por jogadores do setor ofensivo. Outros onze foram anotados por atletas que atuam no meio de campo e apenas três foram feitos por defensores.

Ao todo, dezesseis jogadores já marcaram pelo Paraná nesta Série B, mas nenhum conseguiu se destacar com o homem gol na luta contra o rebaixamento. O atacante Tiago Alves, que chegou no decorrer da Série B, é o artilheiro paranista na competição com seis gols marcados.

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Josiel, em 2007. Os grandes artilheiros do Trio de Ferro atualmente estão só na memória.

Grandes artilheiros

Não foi somente Éderson, em 2013, defendendo o Atlético, que conseguiu se destacar como grande artilheiro de uma edição de Campeonato Brasileiro. Na era dos pontos corridos, Coritiba e Paraná também fizeram de seus jogadores os maiores goleadores da principal competição nacional do Brasil.

Em 2008, Keirrison foi o artilheiro com 21 gols anotados no torneio, ao lado de Kléber Pereira, então no Santos, e Washington, que defendia o Fluminense. No ano anterior, mesmo com o Paraná amargando o rebaixamento para a Série B, o atacante Josiel, com 20 gols marcados, foi o artilheiro da edição de 2007.

Em 2004, o Furacão fez seu primeiro goleador na era dos pontos corridos. Washington marcou 34 gols naquele ano e foi o destaque da competição, se tornando, até hoje, o maior artilheiro em uma só edição do Brasileirão. Em 2003, Renaldo, com 30 gols, fez apenas um a menos que Dimb,a, que sagrou-se o primeiro artilheiro da era dos pontos corridos.