Rebaixado

Tricolor se despede da elite do futebol paranaense

A tragédia anunciada se confirmou. De forma melancólica, o Paraná Clube se despediu da elite do futebol paranaense. A política “pés no chão” da gestão Aquilino Romani enfiou o clube campeoníssimo da década 90 no maior buraco de sua história.

O Tricolor irá disputar no ano que vem a Divisão de Acesso, sob o risco de “fechar as portas” por seis meses, sem atividade no seu departamento de futebol profissional.

As nuvens carregadas que encobriram a Vila Capanema antes do jogo era apenas um prenúncio do que estava por vir. Até contra o vento o Paraná teve que jogar no primeiro tempo.

“Vamos superar qualquer obstáculo que surgir. Temos que vencer a qualquer preço”, apostava o técnico Ricardo Pinto, antes de a bola rolar. Porém, assim que o jogo começou, a mobilização começou a ruir.

O Tricolor foi, em campo, a imagem daquilo que aconteceu ao longo dos três meses desta temporada: um time instável, e que no fim pagou o preço por tamanha irregularidade.

Quarenta jogadores vestiram a camisa do clube neste período. O fato de nenhum deles ter conquistado a confiança do torcedor é talvez o retrato mais fiel dos problemas crônicos que determinaram esse inédito e terrível rebaixamento.

Todo o esforço para a realização simultânea dos quatro jogos que envolviam equipes ameaçadas de degola foi em vão. Os resultados não ajudaram em especial a vitória do Paranavaí sobre o Rio Branco , mas ao menos o Paraná sobreviveria com a vitória.

Foi assim até os 38 minutos do segundo tempo, quando o Arapongas empatou e o castelo de ilusões, vendido por dirigentes e comissão técnica, ruiu. Mesmo assim, o torcedor tentou apoiar até o último instante, mas, assim que Héber Roberto Lopes apitou o fim da partida, a revolta tomou conta da galera.

Alguns torcedores organizados tentaram invadir as sociais, mas foram contidos por policiais. Apesar de toda a pressão dos torcedores, a diretoria se calou. Nenhum dirigente foi à sala de imprensa e, diante do rebaixamento, jogadores e comissão técnica também optaram pelo silêncio.

“Vamos nos pronunciar após uma reunião de diretoria”, limitou-se a dizer Aquilino Romani, sem responder se deixaria o comando do clube, após a fracassada campanha neste Paranaense.