Tricolor entra em campo em meio a uma crise

O Paraná Clube entra em campo hoje, às 16h, na Vila Capanema, com uma dupla missão. Primeiro: arrancar pontos do líder para seguir sem sustos nesta reta final da Série B. Segundo: mostrar que a insatisfação com os salários atrasados não vai entrar em campo, diante do Vitória. A semana foi complicadíssima, com os jogadores escancarando a crise através de nota oficial, cobrando dois meses de salários atrasados. Desde quarta-feira tem ocorrido reuniões e a promessa da diretoria é resolver parte das pendências já na próxima semana.

O técnico Toninho Cecílio não fez nenhum questionamento à postura dos atletas. “Acho até que foi positivo. Existe um problema e ele foi externado. Mas ninguém acusou ninguém de desonestidade. Então, vamos tirar forças disso tudo para fazer um grande jogo, pois precisamos do resultado”, diz o treinador. Cecílio lembrou que o problema não é de agora, já existia, e mesmo assim nos três jogos em que ele comandou o time não faltaram entrega e aplicação. “Tivemos erros contra Joinville e Boa Esporte e fizemos um grande jogo com o São Caetano. Mas em todos esses jogos vi um grupo focado”, completa.

É exatamente esse foco que o técnico espera nessa partida de hoje à tarde. “Trata-se de um jogo duríssimo. Temos pela frente um adversário muito qualificado, que lidera a Série B e já vive o clima do acesso”, lembra. Toninho Cecílio espera que o torcedor entenda a atitude dos atletas e jogue junto com o time. “Não vejo motivo para cobrança por parte da torcida. Todos estão trabalhando, e muito. Eu vejo unidade nesse trabalho, entre jogadores, comissão técnica e diretoria. Financeiro é um problema. O desempenho lá dentro é outra coisa. É nessa adversidade que eu cresço. Tenho orgulho de trabalhar com esse grupo”, crava o técnico.

Salários

Ainda sobre a questão salarial, os líderes do elenco estiveram reunidos ontem com a cúpula diretiva do Paraná – o presidente Rubens Bohlen, o superintendente Celso Bittencourt e o vice Paulo César Silva. A intenção da diretoria é já no início da próxima semana quitar a folha salarial de agosto. “Sabemos do esforço de todos. É que fluxo de caixa, no futebol, é algo complicado”, disse Cecílio, que já vivenciou o outro lado, enquanto gerente de futebol do Palmeiras. “O que posso atestar é que vejo boa vontade em todos. Dos dirigentes, em buscar os recursos, e dos atletas em fazer o melhor dentro de campo. É para isso que trabalhamos nesses últimos dias, buscando alternativas para surpreender o Vitória”, conclui.