Tricolor encara o desconhecido Trem na primeira fase

O Paraná Clube inicia a temporada 2008 desbravando o Brasil. Logo na primeira fase da Copa do Brasil, terá pela frente o modesto Trem, do Amapá, clube que ocupa apenas a 255.ª posição no ranking da CBF. Seis anos depois, o Tricolor retorna à competição mais atrativa do primeiro semestre e que é vista como um atalho para a Libertadores. A grande distância (2.810km) que separa as cidades de Curitiba e Macapá não se compara ao abismo entre os clubes.

Enquanto o Paraná até bem pouco ostentava o status de clube da primeira divisão (foi para a Série B, após desempenho pífio no último Brasileirão), o Trem sequer disputou a Terceirona deste ano. O clube amapaense garantiu a vaga na Copa do Brasil com o título da temporada do estadual. Apenas o terceiro de sua história. O clube foi fundando em 1.º de janeiro de 1947. Macapá, às margens do Rio Amazonas, no extremo norte do Brasil, é cortada pela linha do Equador e só é possível chegar à cidade de navio ou avião.

O custo, para quem decidir se ?aventurar? com o clube, gira em torno de R$ 2 mil, apenas para as passagens aéreas. E, vale lembrar: deve-se tomar vacina contra a febre amarela dez dias antes da viagem. O jogo do Paraná contra o Trem está marcado pela CBF para o dia 13 de fevereiro, no Glicério Marques. O estádio tem capacidade para apenas 10 mil torcedores. A partida também será realizada em horário diferenciado: 21h30 (20h30 no horário local). O fuso normal é de duas horas a menos que o horário de Brasília, mas a diferença será menor devido ao horário de verão.

?Não será fácil, mas estamos sujeitos a isso num país continental?, disse o presidente Aurival Correia, evitando polemizar a tabela da CBF. No entanto, o Tricolor, além da alta temperatura – ontem, girou em torno de 30º com umidade relativa do ar em torno de 90% – de Macapá, terá pela frente um adversário desconhecido. ?Independente disso, é obrigação avançar. E eliminando o jogo da volta?, sentenciou Correia. Como em anos anteriores, caso o visitante vença por dois gols ou mais de diferença, elimina-se o jogo da volta.

Superando o Trem, o caminho do Paraná na Copa do Brasil é complicado. Na segunda fase, enfrentaria o vencedor de Souza (PB) e Vitória (BA), com os baianos animados com o recente retorno à Série A. Nas fases seguintes, em caso de sucesso, o Tricolor também teria duelos com equipes da primeira divisão, como Internacional, Palmeiras ou Sport. ?É muito difícil fazer prognósticos em um torneio como esse. O importante é estarmos preparados, com um time competitivo para trilharmos um caminho de vitórias?, finalizou o presidente paranista.

Justiça nega pedido de Thiago Neves. Futuro do meia será decidido dia 17

Valquir Aureliano
Paraná e LA contestam venda do jogador, intermediada pelo presidente afastado José Carlos de Miranda.

O destino de Thiago Neves deverá ser definido dentro de quatro dias. O empresário Léo Rabello e o Fluminense sofreram nova derrota na audiência de ontem pela manhã, na 18.ª Vara do Trabalho, em Curitiba. A juíza Ingrid Castelanno Ayres negou o pedido de tutela antecipada e marcou novo ?encontro? para o dia 17 de dezembro, quando anunciará a sua sentença.

Há muitos aspectos a serem avaliados. Thiago Neves entrou com ação contra o Paraná e a LA Sports, pedindo o fim de seu vínculo com o clube (que vai até 2009) para poder assinar com o Fluminense. O tricolor, inicialmente, chegou a anunciar que não iria pleitear nada em relação aos direitos financeiros do jogador. Mas, diante de novos fatos e de uma transação suspeita na venda de 60% dos direitos econômicos de Thiago para a Systema – empresa de Léo Rabello – a diretoria entrou também com um questionamento dessa negociação.

Na condição de detentor de 68% dos direitos do atleta, Léo Rabello pretendia pagar tão-somente os 32% que pertencem à LA Sports em relação à multa rescisória do atleta. Mas não houve acordo na primeira audiência e ontem a história se repetiu.

Há agravantes nesse processo, um deles, provocado pelo próprio Thiago Neves, que assinou um contrato com o Palmeiras, recebendo antecipadamente R$ 400 mil. Mais uma vez, representantes de Palmeiras e Fluminense estiveram na audiência, mas diante do impasse, a juíza decidiu dar a sua sentença no próximo dia 17.

O Paraná e a LA Sports, além da validade do contrato assinado entre o presidente afastado José Carlos de Miranda e Léo Rabello, questionam também o valor da multa rescisória, que seria muito mais expressiva levando-se em conta os salários atuais do meia-armador no Fluminense. Independente da decisão da próxima semana, cabe recurso, o que pode fazer o imbróglio se arrastar por um bom tempo. Pior para o jogador, que pode ficar impedido de atuar enquanto o caso se prolonga nos tribunais.

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