Tricolor empata com o Paranavaí e irrita a torcida

O objetivo confesso do Paraná Clube no jogo de ontem contra o Paranavaí era vencer – por isso, o time entrou em campo modificado e com maior poder ofensivo. Só que o objetivo não foi atingido. Errando muito nas finalizações e com falhas defensivas, o Tricolor ficou no 1×1 com o ACP, irritando a torcida que foi ontem ao Pinheirão.

O resultado faz a equipe ficar ?parada? na classificação do grupo B – mas, com os jogos de amanhã, o Paraná pode cair da quinta para a sexta colocação.

O Paraná não começou bem, mas abriu o placar logo aos 14 minutos. O goleiro Márcio Vieira falhou – o único erro visível dele na partida – e Vagner Andrade colocou a mão na bola. Pênalti indiscutível, que Leonardo cobrou e converteu. Apesar de estar em vantagem, o Tricolor não conseguia controlar as ações do jogo. Recuado, deixava espaços para os avanços do Paranavaí, que no entanto não aproveitava. Enquanto isto, Maicosuel, Sandro (que chegou a acertar a trave) e Parral perdiam oportunidades.

Na volta do intervalo, Luiz Carlos Barbieri sacou o contundido Leonardo para colocar Vandinho. Com isso, o ataque ficou mais veloz, e Éder e Maicosuel ganharam um companheiro para as jogadas. O Paraná cresceu na partida, dominando as ações ofensivas e criando boas oportunidades. Mas perdeu todas, consagrando Márcio Vieira.

E de tanto falhar, o Tricolor foi castigado. Aproveitando que Parral estava sendo atendido fora do campo, o ACP partiu em velocidade e a jogada chegou ao veteraníssimo Vagner Marcelino, que chutou forte e deixou tudo igual aos 21 minutos do segundo tempo. Foi a senha para o início das contestações.

Um sopro de esperança parecia ter surgido quando Vagner Andrade foi expulso, aos 30. Mas cinco minutos depois Sandro também deixou o jogo, fazendo com que as duas equipes ficassem com dez homens. E não houve pressão (ou vontade, que por sinal não faltou) que fizesse o Paraná conseguir a vitória, enquanto os visitantes administravam o resultado. E o objetivo de vencer, fosse como fosse, acabou ficando pelo caminho.

Torcida cobra jogadores e técnico

O clima após o empate com o Paranavaí era tenso. A torcida tricolor cobrou muito dos jogadores e do técnico Luiz Carlos Barbieri, que foi bastante vaiado. Mas ele e os dirigentes mostraram tranqüilidade.

Para o presidente José Carlos de Miranda, não houve nada de anormal. ?Eu dou razão à torcida, mas acho isto completamente normal?, comentou. O dirigente atribuiu as vaias e a cobrança a ?mágoas passadas?. ?Este é um rescaldo de coisas que já passaram?, completou Miranda. Mesmo posicionamento de Barbieri, que assumiu a responsabilidade pelo mau resultado. ?Sempre o responsável maior sou eu?, resumiu.

O técnico reclamou da falta de sorte nas finalizações. ?Tivemos muitas oportunidades e só fizemos um gol. É complicado quando isto acontece. E quantas defesas o Flávio fez??, lamentou Barbieri, que não quis comentar a necessidade da contratação de novos reforços. ?Este é um tema que eu já falei, e que todos sabem minha opinião?, afirmou.

Agora, o Paraná segue para um período no interior – joga três partidas seguidas fora de casa, contra Adap, Toledo e Roma. O treinador não acha que o ?exílio forçado? pode ser útil. ?Eu não estou me preocupando com isto. Quero sim que o Paraná volte a vencer. De resto, eu estou muito tranqüilo?, finalizou Barbieri.

Serginho é o novo volante paranista

Agora sim, o último reforço para a disputa do Paranaense-2006. O Paraná Clube apresentou ontem o volante Serginho, 25 anos. Baiano de Itabuna, o jogador começou a carreira nas categorias de base do Corinthians, na mesma época de Kléber, Gil, Pingo e Edu. Passou por algumas equipes paulistas e até arriscou a sorte na Coréia do Sul. Para ele, defender o Tricolor é a grande oportunidade em sua vida profissional.

?É um clube de ponta, da Série A. Por isso, não pensei duas vezes quando a porta se abriu?, disse Serginho. O volante veio para ocupar a vaga deixada por Preto. Depois de aprovado em um período de testes, o jogador estava nos planos de Barbieri, mas sua contratação foi descartada devido à uma pendência na Justiça Desportiva. O volante, suspenso pela TJD de Minas Gerais, só poderia atuar a partir da segunda quinzena de abril.

Preto foi liberado ainda ontem, com a imediata reposição. ?Foi um acerto relâmpago?, brincou Serginho. Depois do Corinthians, onde ficou até 2002, o volante passou por Juventus, Guarani e chegou a disputar dois jogos da Série C do ano passado pelo Rio Branco de Americana. Jogador de contenção, Serginho diz que prefere atuar com maior liberdade, se lançando à frente. ?Sou um segundo volante, buscando sempre a ligação com meias e atacantes?, analisou.

Treinando apenas fisicamente nos últimos vinte dias, o volante está à disposição de Luiz Carlos Barbieri já para o fim de semana.

Campeonato Paranaense
Local: Pinheirão
Árbitro: Vágner Vicentin
Assistentes: Rubens Berton e Bruno Boschilla
Gols: Leonardo 14 do 1º; Vagner Marcelino 21 do 2º
Cartões amarelos: Parral, Maicosuel, Sandro, Neguete (PR); Daniel Gil, Vagner Andrade, Tanaka, Vagner Marcelino, Vítor, André Góes (ACP)
Cartões vermelhos: Vágner Andrade e Sandro

Paraná Clube 1×1 Paranavaí

Paraná
Flávio; Gustavo, João Paulo (Élton) e Neguete; Parral, Rafael Muçamba, Maicosuel, Sandro e Rodrigo Alvim; Leonardo (Vandinho) e Éder. Técnico: Luiz Carlos Barbieri

Paranavaí
Márcio Vieira; Vítor, Vagner Andrade, Sandro e Daniel Gil; Tanaka (Mauro), André Góes, Vagner Marcelino e Ethiê (Rafael); Tiago (Gilcimar) e Kahê. Técnico: Célio Silva

Voltar ao topo