Tricolor é dependente do futebol de Éverton

A derrota para o Corinthians -2×0, sábado, no Durival Britto – não trouxe, na prática, maiores danos ao Paraná Clube. Mesmo com o revés, o Tricolor manteve-se no modesto 12.º lugar, ainda com quatro pontos de vantagem sobre as equipes da zona do rebaixamento.

Viu aumentar em apenas um ponto a distância que o separa do G-4 (agora de sete pontos). Porém, o Tricolor deixou passar nova chance de se firmar como uma das forças da Série B.

Não desbancou o líder e ao longo do jogo suas carências mais uma vez se tornaram evidentes. Restando apenas cinco rodadas para o fim do primeiro turno, o Paraná ainda não encontrou uma formação de ataque sólida.

A “Évertondependência” é uma realidade. Frente ao Corinthians, todas as ações ofensivas passaram por seus pés. Até aí, nada demais. O problema é que além de se desdobrar para criar jogadas – ainda mais diante da visível queda de rendimento de Giuliano – Éverton tem que chamar para si também a missão de finalizador.

No duelo com Felipe, melhor para o goleiro corintiano, que se transformou num paredão para o Tricolor. Em especial para Éverton, que só não marcou um golaço no segundo tempo (quando o placar ainda era 0x0) pela ação de puro reflexo de Felipe.

Como em jogos anteriores, Éverton atormentou seus marcadores do início ao fim da partida, mas sem encontrar um companheiro à altura para transformar essa qualidade em gols. Salvo raras tabelas com Giuliano, coube a Éverton, sozinho, preparar e concluir as jogadas.

Certamente reside aí a grande dúvida sobre o futuro do Paraná na competição. Éverton, sozinho, não conseguirá conduzir o Tricolor de volta à elite do futebol brasileiro (ele tem apenas dois gols).

Caberá ao técnico Rogério Perrô encontrar uma solução para esse problema. Desde a sua chegada, ele já testou Gilson, Fábio Luís e Marcelinho na posição. Diante do Corinthians, Vinícius entrou em campo aos 21 minutos do 2.º tempo e pouco fez. Seria reflexo do fato do Paraná atuar com apenas um atacante de ofício ou falta qualidade a esses jogadores de frente?

A verdade é que a cada revés em casa – esta foi a terceira derrota no Durival Britto -, onde o Tricolor já perdeu quinze pontos, o torcedor se mostra cada vez mais cético quanto ao futuro do clube na competição. Um quadro que Perrô e Cia. só conseguirão modificar com vitórias, mesmo que fora de casa, onde o aproveitamento do time é muito melhor.

Para atingir a meta neste primeiro turno (fechar essa fase com pelo menos 27 pontos), o Tricolor terá que buscar dez pontos nos cinco jogos restantes, contra São Caetano, Ponte Preta e CRB (fora) e Gama e Santo André (na Vila).