Dá para tirar a temperatura da confiança do torcedor na seleção brasileira. E não é só aqui, não. São comemorações muito tímidas e uma certa introspectividade. As janelas não estão cheias de bandeiras, os bares e restaurantes exibem poucas decorações. Enfim, não se vê clima de festa, de euforia, de alegria mesmo em relação a nossa seleção. No dia do jogo com a Turquia, contavam-se nos dedos os carros com bandeiras, numa prova de timidez indiscutível, que proliferou. Já depois do almoço nada mais se viu pela cidade. E lá fora está a mesma coisa. Me parece que só em Salvador é que o clima pegou um pouco, mas lá fica mais por conta do decantado espírito baiano que não pode sentir cheiro de festa que já se anima a participar.
Razões do pessimismo
E estou totalmente com o torcedor, pelo estado de pessimismo que ele exibe, e que leva a esta ausência de uma presença festiva em torno do mundial. Eu fico decepcionado quando leio coisas como a que os craques de ontem não jogariam hoje. Jogariam e muito mais, pois teriam hoje um preparo muito mais adequado a exploração de seus talentos. Sem falar em Pelé ou Garrincha, mas passando a lembrança por Nilton Santos, Didi, Djalma Santos, Ademir da Guia, Rivelino, Tostão, Gerson, Falcão, Zico, Jairzinho, Carlos Alberto, Júnior, Leandro, e alguns outros. Da seleção de hoje, quem seria titular de um time em que os citados estivessem jogando?
Show dos gaúchos
Que felicidade para a imprensa gaúcha, especialmente para o profissional da imprensa esportiva do Rio Grande do Sul. Vocês sabem que Curitiba passou Porto Alegre em população. No entanto, as três emissoras gaúchas, Guaíba, Gaúcha e Pampa, estão lá na Ásia, com equipes próprias e transmissão direta. Igualou-se a São Paulo e Rio. E o que é mais importante: a RBS, grupo que é afiliado da Rede Globo no Rio Grande e Santa Catarina, que é proprietário da Rádio Gaúcha e dos jornais Zero Hora e Diário Catarinense, mandou para o mundial 54 profissionais. Aqui, louve-se mais uma vez, a iniciativa do JB Faria, que está com a sua Rádio Paiquerê de Londrina no mesmo nível dos gaúchos.