O bicho vai pegar

Times da capital prometem acabar com hegemonia do interior no Paranaense

Começa amanhã, com o jogo Coritiba x Cascavel, a edição de 2016 do Campeonato Paranaense. Nos últimos dois anos, Londrina e Operário fizeram a festa do interior e ficaram com o título do Estadual. Por isso, o Trio de Ferro entra na disputa mais ligado, com força máxima e querendo, a qualquer custo, recuperar a hegemonia do futebol paranaense. Por isso, o torcedor, nos quatro cantos do Estado, pode esperar grandes jogos, disputas equilibradas e a briga acirrada para ficar com a taça desta temporada.

Na semana passada, durante o lançamento do Campeonato Paranaense, o homem forte do Londrina, Sérgio Malucelli, afirmou que a dupla Atletiba, ao optar por jogar o Estadual desde o início com seus times principais, prova a preocupação com as equipes do interior. “Eles vão com força máxima porque acabou a moleza que eles acharam que era. Hoje em dia não tem mais bobo no futebol. A mesma luta que eles têm no Brasileiro é a luta que temos no Paranaense”, apontou Malucelli.

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Do Trio de Ferro, a grande novidade é o Atlético. Depois de disputar as últimas edições com seu time sub-23, o Furacão quer sair da fila e, em 2016, voltar a conquistar um título. Por isso, a diretoria decidiu colocar, desde o início do Estadual, o que tem de melhor para voltar a brigar pelo título paranaense. O Rubro-Negro foi também o time que mais se reforçou. Além de manter a base do ano passado, chegaram sete novos reforços para reforçar a equipe comandada pelo técnico Cristóvão Borges.

“O Atlético depois de algum tempo volta a jogar com o time principal. São dois motivos, a volta do time principal e não sei quanto tempo faz que o clube não faz esse investimento que fez. Isso estimula naturalmente. Nós estamos estimulados. Isso contagia todo mundo, a torcida está desse jeito, mas o importante é que nós aqui temos consciência de tudo. Começamos com essa auto pressão, nos pressionamos e todas as competições que entramos, entramos para ganhar”, apontou o treinador.

O Coritiba quer deixar para trás a temporada de 2015 e o sufoco passado com mais uma campanha ruim no Campeonato Brasileiro e voltar a fazer o torcedor mais feliz. Em campo, porém, não há grandes novidades. A base do time do ano passado foi mantida e alguns reforços chegaram, mas nenhum grande nome foi trazido. Mesmo assim, o Coxa quer fazer valer sua tradição e seu status de maior campeão do torneio e voltar a levantar a taça da principal competição do futebol paranaense.

O Paraná Clube vai entrar como franco atirador. Com foco no Brasileiro e um time enxuto, sem grandes reforços, o Tricolor vai tentar acabar com o jejum de títulos, que já dura dez anos. O time paranista, diferentemente dos outros anos, apostou em trazer mais reforços de qualidade, do que quantidade e o técnico Claudinei Oliveira não tem muitas opções para colocar o Paraná em campo para ser capaz de brigar pelo título estadual.

A RPC fará 17 transmissões no Estadual, todas em alta definição. Foto: Divulgação.

RPC transmite

Mais uma vez a principal parceira dos clubes do Paraná é a RPC, a emissora de TV do GRPCOM. A partir deste final de semana, todas as rodadas terão transmissões em alta definição, contando com o mais moderno equipamento e uma equipe de jornalistas experientes. A primeira partida a ser acompanhada pela RPC é Operário x Atlético, domingo, às 17h, em Ponta Grossa.

As transmissões, na verdade, são apenas uma parte da ampla cobertura da emissora. Desde a semana passada, cada clube está sen,do apresentado em matérias especiais no Globo Esporte. Quem acompanhou pôde conhecer Safira, o meia veterano que vai jogar com o irmão pelo Foz do Iguaçu; a recuperação de William Menezes, goleiro do Maringá; as mais de dez cirurgias de Dinelson, do J. Malucelli; e o apoio da torcida do Rio Branco na reestruturação da Estradinha, entre outras matérias.

E será assim o Paranaense todo. “Além das matérias especiais, vamos dar atenção total a todas as equipes, vamos mostrar todos os gols no Globo Esporte e nos nossos telejornais. Será nossa melhor cobertura”, diz o gerente de esportes da RPC, Eduardo Abilhoa. Além da equipe do GE, com repórteres, editores e o apresentador Rogério Tavares, a cobertura do Estadual conta nas transmissões com o narrador Felipe Lestar e o comentarista Cristian Toledo, coordenador de Esporte da Tribuna.

Tecnologia e interatividade

Cada vez mais as partidas transmitidas pela RPC ganham em qualidade. Neste ano, todas as transmissões serão em HD, dando ao telespectador imagens mais nítidas e com riqueza de detalhes. Além disso, a participação do torcedor será ampliada.
Durante toda a semana no Globo Esporte, e na transmissão dos jogos, o telespectador é convidado a enviar suas perguntas, comentários, fotos e vídeos pelo aplicativo “Você na RPC” (disponível para iOS e Android nas lojas Google Play e Apple Store), que aparecerão nos intervalos dos jogos. Eduardo Abilhoa explica que o objetivo é se conectar com o torcedor. “Nós queremos que todo o campeonato tenha a cara bem-humorada que o futebol proporciona, e que a nossa transmissão converse com cada torcedor como se estivesse na sala com ele”, resume.

Londrina e Operário favoritos

No interior do Estado, o Londrina de Cláudio Tencati, detentor do título de 2014 e recém-promovido à segunda divisão e o Operário de Antônio Picolli, atual campeão, são os candidatos principais a desbancar o Trio de Ferro. Os dois clubes mantiveram suas bases e essa será a aposta da dupla recém-campeã do Paranaense para repetir o feito e fazer novamente história no cenário do futebol estadual.

O Foz do Iguaçu aposta na garotada que segurou o rojão no final do ano passado para conter a crise financeira e fazer um bom papel. Já o Maringá, outro clube garantido em competição nacional (a Série D) confia na experiência de Cleiton, Gabriel Barcos e Neílson, e no trabalho do técnico Édson Borges, que brilhou no Foz. O J. Malucelli, de Tomas, Getterson e Leandro Silva, tem Dinelson como destaque. O meia ganha nova chance num clube com estrutura para quem sabe recomeçar a carreira.

O Cascavel terá um treinador da Costa do Marfim, Charles Gbeke, e dois jogadores também africanos. No litoral, o Rio Branco tem mais uma vez Allan Aal, filho da terra, como treinador. E Toledo e PSTC (do técnico Reginaldo Vital) são os novatos, vindos da divisão de acesso, e querem surpreender.

Todos acreditam que é possível chegar na final. Os últimos anos mostraram que nome e camisa não resolvem nada. E se alguém tem que correr atrás, são os três grandes da capital, que comeram poeira para o interior e precisam mostrar mais futebol a partir do final de semana.