Tensão total e absoluta no São Paulo

Apesar da alegria superficial por conta da inesperada vitória da Portuguesa Santista diante do Santos, o ambiente no São Paulo é de tensão absoluta. Dirigentes, Oswaldo de Oliveira e, principalmente, os jogadores assumem que se a equipe for derrotada na Vila Belmiro, amanhã, poderá ser interrompido todo o planejamento para 2003.

“Não tenho a menor dúvida que nosso técnico pode ser mandado embora, jogadores serem negociados e formada nova equipe. Isso com apenas um mês de temporada. O jogo para o São Paulo terá conseqüências muito maiores do que para o Santos. Sabemos o que estará valendo esse clássico”, desabafa Kaká, irritado.

As duras palavras do jovem meia deixam claro que os jogadores não estão suportando a pressão externa. “Olha, a gente quase está pirando com tanta cobrança. De uma hora para outra parece que todos esqueceram dos outros clubes e só nós temos a obrigação de vencer. A Portuguesa Santista era um time muito ruim e foi péssimo para o São Paulo empatar com ela. O Santos vai lá, perde e tudo normal. Isso não é justo. Sabemos que depois da decepção do ano passado, quando éramos apontados por todos como o melhor time do Brasil e fomos eliminados, perdemos o direito de errar. Se formos desclassificados ainda na primeira fase do campeonato paulista, não sobrará pedra sobre pedra”, exagera Luís Fabiano.

Ontem, o diretor de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva, pelo menos esteve no centro de treinamento, aparentemente dando apoio a Oswaldo de Oliveira. Mas em conversas descontraídas do clube um assunto é comum e diverte os amigos do presidente Marcelo Portugal Gouvêa: quem seria o substituto de Oswaldo.

Os nomes são os mais diversos. Vão desde Toninho Cerezo, Dunga até um “revival” de Cilinho. Um ?candidato? cresce muito: Casagrande, comentarista da TV Globo. O ex-jogador da Seleção Brasileira já havia sido sondado para substituir Parreira no Corinthians. Não aceitou e para evitar problemas na emissora teve de negar até a existência do convite. Mas não se sabe o que pode acontecer se a diretoria do São Paulo oferecer o cargo de Oswaldo a ele.

Enquanto isso, Oswaldo de Oliveira sente o cerco apertando. “Já estou ficando habituado a essa pressão no São Paulo. Se o time vencer o Santos, tudo voltará ao normal na próxima partida. Isso não vai terminar. Mas não me preocupa.” Para tentar disfarçar o ambiente pesado, Oswaldo ironiza e confirma uma ?pelada? com a imprensa na próxima sexta-feira, como se tivesse a convicção de que continuará no São Paulo.

Pelo menos ele teve duas boas notícias além da derrota do Santos: as suspensões de Fábio Costa e Elano. “O Fábio é um líder que comanda todo o sistema de marcação da defesa santista. Além de ótimo goleiro. O Júlio Sérgio está sem ritmo. Foi muito bom para nós”, analisa Luís Fabiano. “O Elano é um jogador que se posiciona taticamente de maneira perfeita”, elogia Kaká.

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