TCU aponta atraso em obras e estádios da Copa de 2014

Faltando dois anos e três meses para a Copa do Mundo, apenas dois estádios que vão sediar os jogos em 2014 – Fonte Nova, em Salvador, e Castelão, em Fortaleza – estão com mais da metade das obras concluídas. Levantamento apresentado nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que, além do atraso nas arenas, a liberação de recursos para obras de infraestrutura do Mundial também estão em marcha lenta.

Pelo levantamento do TCU, somente 4% dos recursos previstos para melhoria no setor de transportes foram liberados até agora pela Caixa Econômica Federal (CEF) para os governos estaduais e municipais. “O atraso pode resultar numa Copa mais cara porque pode ensejar aditamentos”, afirmou o ministro do TCU, Valmir Campelo, responsável no tribunal pelo acompanhamento das obras do Mundial de 2014.

Dados do TCU apontam que Caixa liberou, até março deste ano, verbas para apenas sete do total de 54 operações previstas para a Copa. Segundo o ministro, os recursos para as obras estão garantidos, mas falta os governos estaduais e municipais encaminharem os projetos para a CEF. O financiamento da Caixa para mobilidade urbana (infraestrutura) está previsto em R$ 6,4 bilhões. E a previsão total para esse tipo de obra é de R$ 11,48 bilhões.

De acordo com dados apresentados nesta quarta-feira pelo TCU aos deputados, a Arena da Baixada, em Curitiba, é a obra mais atrasada. O estádio de 42 mil lugares, orçado em R$ 234 milhões, está com apenas 8,5% da reforma acabada. Em seguida, vem a Arena Dunas (Natal), com 18,5% das obras terminadas. Com as obras paradas, o Estádio Beira-Rio (Porto Alegre) está 20% concluído.

No ranking dos mais atrasados, o Itaquerão (São Paulo) ocupa a quarta posição, com 23% das obras prontas. O Maracanã, onde será a final da Copa, está com 30,92% das obras terminadas. Dos 12 estádios que estão sendo construídos ou reformados para a Copa, oito vão receber recursos do governo federal, através da linha de crédito do BNDES.

Em depoimento na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, Valmir Campelo atribuiu a existência de superfaturamentos em projetos de obras à pressa na elaboração do orçamento. “Não vi nenhuma má fé ou vontade do gestor em errar propositalmente. Não vejo má fé porque nem a licitação nem o contrato foram realizados”, disse o ministro. As fiscalizações feitas pelo TCU nas obras da Copa já resultaram em uma redução de cerca de R$ 500 milhões.

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