Tcheco aceita receber menos para ficar no Coxa

É a época das expectativas, das negociações, dos destinos reais e de outros nem tanto. E talvez o jogador paranaense que mais esteja envolvido por esse “mercado da bola” é o meia Tcheco, um dos grandes destaques individuais do Coritiba no campeonato brasileiro.

Ele desperta interesse de vários times brasileiros e também do exterior. Mas a possibilidade de ele permanecer no Alto da Glória é grande – e a vontade dele em ficar pode ser decisiva.

No domingo, o presidente de honra do Malutrom, Joel Malucelli, confirmou a segunda proposta oficial por Tcheco. “Eu recebi um telefonema de um clube sueco querendo o empréstimo dele”, conta o dirigente. O Spartak de Moscou também demonstrou interesse na contratação do meio-campista, também por empréstimo. Além disso, há supostos interesses (não confirmados pelo presidente Juarez Malucelli) do futebol espanhol, do Japão e duas equipes brasileiras – uma delas é o Internacional.

E nesse ponto a permanência de Tcheco no Cori ganha força. A hipótese que afastaria o jogador do Alto da Glória seria uma venda, lucrativa para Malutrom e para ele – cada parte tem metade do passe. “Se um clube fizer uma proposta vantajosa para o Malutrom, eles têm que aceitar. O futebol é assim”, reconhece Tcheco, que também imagina estar chegando a hora da independência financeira.

Mas se a venda não acontecer, é certo que ele fica no Coritiba, graças ao caráter ?afetivo? da negociação. “Nós vamos ver o lado financeiro, mas também vamos respeitar a decisão do Tcheco”, garante Joel Malucelli. “Não adianta nada fazer um negócio que não agrada ao atleta. Nosso maior desejo é a felicidade dele, que nos ajudou muito nesses últimos anos”, completa o dirigente, que presidiu o Coritiba entre 95 e 97.

E o meia já deixou claro o interesse em jogar mais um ano no Cori. “Foi aqui que eu ganhei a maior chance da minha carreira”, afirma Tcheco, que rapidamente se identificou com a torcida coxa – fato que já é difícil naturalmente, e que (em teoria) é mais complicado ainda para quem tem uma raiz fincada em um rival, como ele. “O carinho de todos, principalmente da torcida, fazem diferença nessa hora”, resume o jogador.

Tamanha é a vontade de Tcheco em ficar que o jogador pode acabar acertando por valores menores do que ele poderia encontrar em outros clubes. Segundo pessoas ligadas ao jogador, se o Coritiba se aproximar de outras propostas que acontecerem, o desejo do meio-campista falaria mais alto e ele fecharia com o clube.

É com isso que conta também a diretoria. “O Tcheco conquistou a torcida com bom futebol, e claro que temos a maior vontade de contar com ele por no mínimo mais uma temporada”, confirma o secretário Domingos Moro. E, se depender do próprio Tcheco, tudo vai acabar em um final feliz. “Se for ajudar, eu vou falar com o Juarez e com o Joel para ficar no Coritiba”, promete.

Sérgio Manoel e Genílson já estão fora dos planos

Duas das maiores esperanças do Coritiba no campeonato brasileiro estão indo embora sem alarde. O meia Sérgio Manoel e o atacante Genílson já foram liberados pela diretoria, e sequer voltarão no dia 11, quando ainda terão contratos em vigência com o clube. A decepção da passagem dos dois, somado ao alto valor das negociações, explica a posição da direção alviverde.

Sérgio chegou para ser o articulador do meio-campo coxa, e depois assumiu a responsabilidade de ser o substituto de Evair, que foi dispensado em maio. Seus únicos bons momentos foram no supercampeonato paranaense, mas uma lesão muscular o impediu de participar de jogos decisivos. Quando voltou, teve uma delicada lesão no pé direito e perdeu de novo a vaga no time titular.

Depois de dois meses de recuperação, Sérgio Manoel viu Adriano na ala-esquerda e Tcheco no meio-campo – as duas posições que ele poderia lutar eram ocupadas por destaques do Coritiba. Apenas quando Tcheco se machucou ele teve oportunidades de começar jogando, mas contra Guarani e Cruzeiro o rendimento dele não foi o ideal. Para completar, declarações dele repercutiram mal no comando técnico, e dali em diante o armador foi pouco usado. “Eu e o Bonamigo não levamos os problemas para o lado pessoal, mas acho que isso pesou realmente”, disse, magoado.

Genílson nem pode se considerar “pouco usado”, se comparado com Sérgio Manoel. Ele começou o Brasileiro como titular e esperança de gols, mas a má atuação contra o Vitória já o fez perder a vaga para Lima. Dali em diante, apenas a bela jogada do gol contra o Corinthians marcou a passagem do centroavante, que depois se lesionou e sequer ficou no banco de reservas.

Preço

Por terem a capacidade técnica reconhecida pela diretoria e por Paulo Bonamigo, era até plausível que ambos pudessem ficar no Cori ano que vem. Mas o mau rendimento foi aliado a um fator inevitável: o alto valor dos salários (Sérgio era um dos maiores vencimentos do clube). O ?custo-benefício? deles acabou definindo inclusive a dispensa antecipada.

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