Sem anulação. Mas com punição!

Nada muda no Campeonato Paranaense. O Tribunal de Justiça Desportiva rejeitou o pedido do Nacional de Rolândia e manteve o resultado do jogo do dia 19 de fevereiro com o Rio Branco em 1×1 – mantendo o NAC na primeira divisão e confirmando a classificação do Leão da Estradinha em segundo lugar no grupo A do Paranaense.

A impugnação foi rejeitada pela Segunda Comissão Disciplinar por unanimidade.

O caso envolvia o ?gol que não foi?, marcado pelo zagueiro Rodrigo, do Rio Branco. A bola bateu do lado de fora da rede, mas o árbitro Ito Dari Rannov confirmou o tento, amparado na posição do assistente Paulo César Beskow. O Nacional pediu a impugnação do jogo por crer que houve prejuízo técnico e financeiro ao clube.

Após a apresentação da única prova documental (o lance em vídeo), a defesa afirmou que não buscava mais uma melhora em pontos, pois o Nacional já se garantira na Série Ouro. ?Nós estamos pensando na moralidade do futebol paranaense. Temos que impedir esta impunidade?, disse o advogado do clube, Nixon Fiori.

Depois, o advogado do Rio Branco, Domingos Moro, usou o argumento da coerência. ?Aqui mesmo, neste tribunal, foi avaliado caso semelhante (o ?gol que não foi? na partida Atlético 2×2 Império, no Paranaense-2005). E ficou claro que houve erro de fato, e não erro de direito?, afirmou. ?O erro é da natureza humana?, completou.

Os auditores acataram o relatório do procurador Adão Laslowski, que indicou a não-impugnação – alguns imaginavam que sequer haverá julgamento, por causa da ?salvação? do Nacional. Foram quatro votos a zero pela manutenção do resultado.

Culpados

Mas a noite no TJD não parou, pois logo depois começou o julgamento de Rodrigo, Ito Rannov e Paulo Beskow foram para o ?banco dos réus?. Os três estavam presentes no salão do tribunal, e foram ouvidos antes dos votos dos auditores. O zagueiro do Rio Branco garantiu que não percebeu que a bola não tinha entrado. ?Para mim, foi gol.

Se soubesse que a bola não tinha entrado, não ia comemorar?, disse.

Rannov foi inquirido pelos auditores. E afirmou que havia verificado as redes, e acreditara no posicionamento do assistente. O árbitro também reclamou da bola usada na partida. ?Aquela bola laranja atrapalha a nossa visibilidade?, disse. Já Beskow, visivelmente preocupado, reafirmou que teve convicção no momento do lance. ?A trajetória da bola me indicava que tinha sido gol?, comentou.

A defesa de jogador e árbitros seguiu o mesmo caminho do julgamento de horas antes – não haveria como puni-los por um caso já avaliado pelos auditores como erro de fato. Só que os auditores não foram pela mesma trajetória. Ito Rannov foi punido com trinta dias de ?gancho? (por quatro votos a zero) por não ter apontado o lance da maneira correta. Paulo Beskow foi considerado culpado (por três votos a um) por ter avaliado de forma errônea a jogada, e também suspenso por trinta dias. Rodrigo pegou um jogo e está fora do primeiro jogo do Rio Branco pelas quartas, domingo em Londrina, contra o Tubarão.

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