Seleção: desculpas não faltam

São Paulo – Marque com um ?x? o item abaixo que justifique com mais precisão a atuação medíocre do Brasil no empate com o Paraguai. Quase todas as desculpas foram previamente citadas por jogadores e comissão técnica da equipe, em Assunção. Algumas surgiram após a partida: ( ) calor intenso; ( ) grama alta; ( ) campo pesado; ( ) fuso horário; ( ) desgaste da viagem; ( ) tempo escasso para treinos; ( ) o forte time do Paraguai; ( ) nenhuma das anteriores.

Se você optou pela última alternativa, deve concordar que algo no mínimo estranho vem ocorrendo nos últimos jogos do Brasil pelas eliminatórias. A seleção é composta por atletas que atuam na Europa, quase sempre obrigados a deixar de lado os badalados campeonatos de seus países ou a disputada e concorrida Liga dos Campeões para compromissos de pouco apelo, desinteressantes, como as partidas que vão apontar os classificados para a Copa do Mundo de 2006.

Dos 18 jogos das eliminatórias, somente dois despertam uma atenção especial: os confrontos de ida e volta com a Argentina. Na quarta-feira, em Assunção, o técnico Carlos Alberto Parreira teve de dar entrevista num local improvisado, próximo a uma garagem do Estádio Defensores Del Chaco. Por quê? No auditório reservado para a conferência havia um painel enorme com os anunciantes do time do Paraguai.

Os donos da casa queriam fotos de Parreira, de Ronaldo e de outros jogadores do Brasil com o logotipo de seus patrocinadores ao fundo. Isso ilustra o perfil dessas partidas – servem como socorro financeiro para confederações pobres. O Brasil aceita a forma de disputa das eliminatórias por causa de pretensões a médio prazo. Quer ser o país-sede da Copa de 2014 e, portanto, precisa do voto de todos os sul-americanos.

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