Segundona chega ao momento decisivo

Melancolia, gatos pingados nas arquibancadas e crises nas finanças. Hoje, Foz do Iguaçu, Roma Apucarana e Arapongas entram em campo pra tentar o descarrego de todas essas tormentas. É dia de decisão na fase final da Divisão de Acesso do Paranaense 2010.

Apesar da terceira colocação na tabela, o Arapongas é o que terá a missão mais tranquila. Joga em casa, diante do já eliminado São José, e vai sortear televisores, bicicletas e até viagem para Foz do Iguaçu aos esperados 9 mil torcedores no Estádio dos Pássaros – uma multidão para um campeonato que teve público zero e média de 600 pessoas por jogo.
“Faltam 90 minutos. Mas, como bom evangélico que sou, a gente tem que orar todos os dias para ter sucesso na caminhada da vida. Depende apenas dos jogadores a oportunidade de enfrentar grandes como Coritiba e Paraná. Agora nos resta a fé”, disse o presidente do Arapongão, Adir Leme.

Em Apucarana também haverá disputa por vagas. Por lá, Roma e Foz do Iguaçu vão se encarar pra ver quem receberá as bênçãos do padroeiro do estádio local, o Bom Jesus da Lapa.

Ninguém dos clubes fala em rivalidade. Porém, desde o final de semana, os bastidores já movimentam uma prévia da guerra que vai ocorrer em campo. O Foz precisou se hospedar em Londrina, a 50 quilômetros da capital do boné, pois os jogadores do Roma já estavam no hotel onde o time da fronteira costumava se concentrar.

Vídeos motivacionais com gravações de torcedores, momentos históricos do acesso do Foz do Iguaçu em 2008 e do rebaixamento em 2009 também foram apresentados aos jogadores. “Parece que até agora não caiu a ficha. Nem pra mim e nem pro elenco. Nossa missão agora é subir”, disse o presidente do Foz, Arif Osman, que aguarda pelo menos quatro ônibus e 50 veículos para ‘invadir’ o Estádio Bom Jesus da Lapa.

No Roma, sexta-feira foi realizado o último coletivo tático. Tudo para não desapontar os torcedores de Apucarana, que poderão levar as suas esposas para assistir gratuitamente à decisão contra o Foz. “Contra o Arapongas já deu bastante gente. Mas agora queremos mais. Toda força é válida”, destacou o treinador apucaranense, Richard Malka, que também resumiu o que pode acontecer se a vaga não vier. “Aí todo trabalho é jogado fora. E teremos que passar por tudo isso ano que vem, o que seria um inferno”.