O Atlético completou um mês de Série B com números que geram desconfiança. Clube com maior poder aquisitivo entre os 20 participantes, no campo ele ainda não conseguiu transformar em desempenho os recursos de que dispõe – entre eles, R$ 34 milhões de direito de transmissão. Em cinco jogos até aqui, obteve duas vitórias, duas derrotas e um empate. Com 7 pontos, o Furacão hoje está mais próximo da zona do rebaixamento – que tem o Ceará encabeçando a lista dos quatro piores – do que da zona de classificação à Série A. O Vitória, 4.º colocado, tem 6 pontos de vantagem sobre o Furacão.
No próximo sábado, o Atlético enfrenta o Ceará e precisa da vitória, mesmo jogando fora de casa, para não correr nenhum risco. Dependendo de uma combinação de resultados, o Rubro-Negro pode se ver entre os quatro piores da competição. O motivo está na queda vertiginosa de rendimento, em comparação a Campeonato Paranaense e Copa do Brasil. O time está irreconhecível e teve uma queda de 42% no rendimento. Enquanto nas duas primeiras competições o Furacão tinha 86,6% e 80% de aproveitamento, respectivamente, no Brasileirão a equipe está na casa dos 46% de aproveitamento.
O desempenho do ataque também é inferior. No Estadual, o time marcou 11 gols nos primeiros cinco jogos; na Copa do Brasil, foram 10 gols até o primeiro jogo das oitavas de final. Na Série B, são 8 gols a favor e 5 contra.
A promessa de melhoria está na contratação de alguns reforços. A zaga e o ataque são dois pontos cruciais. No setor defensivo, pela escassez de peças de reposição; no setor ofensivo, pelo excesso de jogadores com pouco retorno. Desde que a temporada começou, o Atlético contratou 12 jogadores e “repatriou” outros seis. Dentre as novidades, apenas Zezinho, Gabriel Marques e Ligüera conseguiram se mostrar eficientes.
Do grupo dos que voltaram de empréstimo, nenhum conseguiu se destacar. O goleiro Vinícius, o volante Alan Bahia, os atacantes Bruno Mineiro, Marcelo e Ricardinho ainda tentam reconquistar espaço e têm recebido críticas. O novo treinador, Ricardo Drubscky, admitiu que já pediu contratações, em especial para a zaga e para as laterais, e espera pela resposta da diretoria. Ele já teria conseguido a contratação do zagueiro Naldo, que também estava no Volta Redonda-RJ. “A exigência por contratação é sempre grande. A gente já está pesquisando e já tem possibilidade de contratação. Só que isso a gente trata internamente”, disse, após a frustrante estreia contra o Goiás.