Se não fossem os associados, Trio pararia de jogar

Recentemente, virou rotina se ouvir os dirigentes ressaltarem a importância dos sócios para seus clubes. A exaltação faz sentido. Levantando os dados dos borderôs de todos os jogos do Trio de Ferro em 2012, constata-se que, se não fossem os associados, Coritiba, Atlético e Paraná Clube amargariam prejuízo em quase todas as partidas.

Em 17 confrontos, o Coxa teria um saldo negativo em 15 oportunidades. As únicas vezes em que não houve déficit foram nos dois clássicos disputados contra o Atlético, no Couto Pereira. Situação idêntica a do Furacão, que só viu sobrar dinheiro no primeiro jogo da final do Paranaense e diante do Palmeiras, pela Copa do Brasil. Curiosamente, o Tricolor foi o que menos atuou no vermelho. Apesar de ter jogado apenas dez vezes em casa nesta temporada, por cinco vezes saiu com lucro: nos três jogos da Copa do Brasil e nas estreias em casa na Série B do Campeonato Brasileiro e na Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense (veja gráfico).

A conta para se chegar a este resultado é simples. Pega-se a renda do jogo e dela retira-se as despesas de uma partida, como arbitragem, luzes, seguranças, ambulância, entre outras. O que sobrar é a receita líquida do dono da casa. Porém, deste valor também é preciso subtrair o preço do ingresso pago pelo sócio, uma vez que a quantia é mensal e não por partida, ou seja, já está na conta do clube. Assim, a arrecadação total se torna todo o valor somado na venda de ingressos, menos os bilhetes de sócios e as despesas.

Feita a conta, conclui-se que os três principais clubes do futebol paranaense não sobreviveriam apenas o dinheiro vindo das arquibancadas. Fato é que, mesmo contabilizando os sócios, os três clubes chegaram a ter déficit em algumas oportunidades. Principalmente no Campeonato Paranaense, onde o interesse do público é menor. No caso do Atlético, o prejuízo foi ainda maior por não jogar na Arena da Baixada e perambular entre Germano Krüger, Ecoestádio e Vila Capanema. Já o Paraná foi “favorecido” por ficar tanto tempo sem jogar. No caso do Coritiba, os 25 mil sócios adimplentes é que fazem o clube, até aqui, ter os melhores borderôs do futebol local.

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