Scolari não perdoa ninguém no último treino e exige marcação

Ulsan (AE) –  O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, nunca escondeu de ninguém, seja em palavras ou atitudes, que não gosta de jornalistas. A presença desses profissionais nos treinamentos, ao lado de torcedores, incomoda o treinador, que, entre outros fatores, não se sente à vontade para conversar abertamente com seus atletas no campo.

Teme que uma frase ou outra possa ser mal interpretada e, assim, provoque tensão desnecessária. Por isso, na maioria das vezes, procura deixar as broncas para a concentração, ou então em uma conversa `ao pé do ouvido’.

Mas no coletivo que comandou para montar o time que vai enfrentar a China amanhã, às 8h30 (de Brasília), em Seogwipo, pela segunda rodada da primeira fase da Copa do Mundo da Coréia do Sul e do Japão, Scolari não economizou no verbo. Ao contrário do que normalmente faz (direciona as `broncas’ para setores específicos da equipe), mandou recados para todos os lados.

No caso, nem mesmo a presença dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas intimidou o treinador brasileiro. Recolhido em um dos lados do campo, onde estava a sombra, é claro, Scolari tentava, aos berros e gesticulando bastante, passar suas orientações ao time. “Treino é para isso mesmo”, afirmou. “Precisamos aproveitar essas oportunidades para corrigir.”

Metralhadora

A irritação de Scolari começou com a parte mais crítica: a defesa. O treinador cobrou dos jogadores que atuam no setor mais atenção com a cobertura. Aliás, essa foi uma das razões apontadas para trocar Edmílson por Anderson Polga. Com uma freqüência maior do que o normal, assoprava o apito para interromper a movimentação e corrigir posicionamentos.

Em seguida, foi a vez do meio-campo se transformar no alvo das farpas do comandante. O principal recado era para que se aproveitasse mais das laterais do campo. Scolari não gostou de seu jogadores de criação abusarem das jogadas pelo meio. A região, segundo ele, vai estar congestionada durante a partida, com mais de 10 jogadores passando por ali. “Vamos abrir as jogadas pela esquerda. O Roberto Carlos está livre a toda hora e é uma opção que não estamos utilizando”, berrava.

A mesma ordem era dada aos atacantes. Rivaldo e Ronaldo eram, seguidas vezes, orientados a jogar mais abertos. Além do posicionamento no campo, foram submetidos a exaustivos treinamentos de finalização. O `pé torto’ dos homens de frente se transformou em uma das maiores preocupações do treinador desde a contestada vitória sobre a Turquia, por 2 a 1, na estréia dos brasileiros no Mundial. “Não sei o que dizer para justificar tantos erros de passe e finalização”, disse Scolari.

“Eles (jogadores) treinam isso todos os dias. Fazemos treinos específicos para passe, mas às vezes insistem em mandar a bola para longe. Tem de jogar curto.”

Juninho e goleiro, o extremo da Copa

Yokohama (AE) – O duelo entre brasileiros e chineses, amanhã, vai marcar o encontro do jogador mais alto e do mais baixo nesta Copa do Mundo. Segundo estatísticas oficiais da Fifa, com 1,65 metro de altura, o meia Juninho Paulista é o mais baixinho deste Mundial, entre 736 jogadores. No outro extremo, está o goleiro Jin Jiang, que tem 1,98 metro.

Depois de Juninho, na lista dos baixinhos, aparece outro sul-americano, o uruguaio Nicolás Oliveira (1,66 metro). O Uruguai, no entanto, tem o segundo atleta mais alto, o atacante Richard Morales (1,97 metro). O censo ainda apresenta números curiosos. O mais leve é o norte-americano Damarcus Beasley, que não supera, na balança, 57 quilos. Apesar da boa mobilidade e de ser um grande artilheiro, o argentino Gabriel Batistuta é o mais pesado de todos, com 100 quilos. O mais velho é o dinamarquês Jan Heintze (38 anos); o mais jovem, o nigeriano Bartholomew Ogbeche (16 anos).

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