Schumacher descarta fim de carreira. Quer diversão

Suzuka – “Não tenho nenhum motivo para parar. Isso é o que eu amo fazer, por que iria deixar de correr se continuo sendo competitivo?”. Foi assim que Schumacher reagiu à milionésima pergunta sobre sua possível aposentadoria. Muita gente acreditava que ele poderia deixar as pistas depois de bater o recorde mais importante de sua carreira. “Não sei por que me perguntam tanto isso. Será que não posso continuar me divertindo?”

Pode. Como se divertiu à beça, como um adolescente, durante horas a fio depois da corrida de Suzuka. Eram mais de dez da noite (a corrida terminou por volta das 16h) e Schumacher ainda estava no circuito, indo de box em box para festejar o título com seus amigos e conhecidos. Uma legião de japoneses o perseguia com seus flashes de câmeras digitais, celulares que batem fotos e máquinas descartáveis.

Michael é festeiro, traço de sua personalidade desconhecido daqueles que o acham chato e arrogante apenas porque ele parece chato e arrogante quando esmurra o céu e empina o queixo para ouvir o Hino da Alemanha, ou deixa de escancarar sorrisos no pódio, ou ainda evita chorar por qualquer coisa.

No périplo pelos boxes e escritórios de todos os times na noite fechada de Suzuka, Schumacher não discriminou ninguém. E foi nas últimas duas garagens, da Toyota e da Minardi, que mais se esbaldou. Charuto na boca, camisa da Ferrari ensopada de vinho e champanhe, cabelo empastado de ovo, catchup e mostarda, abraçava quem passasse pela frente e emporcalhava todo mundo, sem distinção, e em todos dava ovadas e melecava uniformes de equipes adversárias com qualquer coisa líquida que estivesse à mão.

Michael varou a madrugada enchendo a cara de cerveja e se esgoelando no karaokê do hotel do autódromo, que fica no complexo esportivo e turístico do qual faz parte a pista de Suzuka. Com mais três anos de contrato com a Ferrari, ele quer continuar se divertindo do jeito que sabe: ganhando.

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