São Paulo enfrenta o Santos no maior desafio do ano

Embalado por cinco vitórias consecutivas na temporada (três pelo Campeonato Paulista e duas pela Copa do Brasil), o São Paulo põe seu bom momento à prova diante do Santos neste domingo, a partir das 16 horas, no Morumbi, pela 14.ª rodada do Estadual. O clube tricolor deve ter pela frente um adversário que, apesar do desgaste de disputar a Copa Libertadores e o Paulistão ao mesmo tempo, deve jogar com o que tem de melhor. Desta forma, encarar Neymar, Paulo Henrique Ganso, Borges e cia será um teste valioso para comprovar que a sequência de triunfos deve-se à evolução da equipe e não ao baixo nível técnico dos adversários.

Os bons números têm mascarado o desempenho recente do São Paulo, que alterna momentos de sonolência e burocracia com espasmos de um futebol envolvente e veloz (como na vitória sobre a Portuguesa no último domingo). Emerson Leão defende seu trabalho, lembra que está com aproveitamento de 75% dos pontos disputados e bate na tecla que só deve ter a equipe coesa a partir de abril, quando projeta que todos os reforços – incluindo peças importantes como Jadson e Cortez – estarão plenamente adaptados ao clube.

A partida também põe à prova um retrospecto desfavorável ao São Paulo. Nos últimos 12 clássicos, venceu apenas dois: contra o Corinthians (2 a 1), na primeira fase do Paulistão do ano passado, e na última rodada do Brasileirão de 2011, quando bateu o próprio Santos por 4 a 1, em Mogi Mirim. Mas o clube santista foi a campo com o time reserva.

Confrontado com os números, Leão minimiza o retrospecto negativo e diz que não trocaria as cinco vitórias seguidas por um triunfo contra o rival. “Para os torcedores, sim (a vitória no clássico é mais importante). Para o time, não. Eu não trocaria 15 pontos por três. Mas o clássico representa uma motivação a mais, um alto índice de responsabilidade. Se vencermos o Santos, o que fizemos até agora pode ficar ainda melhor”, afirmou o comandante.

O São Paulo tem em Luis Fabiano uma de suas maiores esperanças. O atacante voltou com fome de bola após a lesão muscular que o tirou de combate por mais de 40 dias e mostrou estar com a pontaria em dia ao marcar os quatro gols na vitória sobre o Independente, do Pará, na última quarta-feira.

De quebra, o centroavante, que não encarou Corinthians e Palmeiras nesse ano por causa da contusão, ainda não venceu um clássico “para valer” desde que voltou para o Morumbi, levando-se em conta que a goleada sobre o Santos (quando marcou dois gols) foi contra a equipe reserva. “O grupo mostrou que teve certa evolução nesses últimos jogos, acho que foi o São Paulo que todos querem ver, solidário, tocando a bola com jogadas rápidas, criando oportunidades. Isso faz com que a confiança aumente. Mas esperamos fechar a semana com chave de ouro contra o Santos. Vencendo um clássico, você se enche de confiança”, afirmou o atacante.

A exemplo de Luis Fabiano, o elenco admite que falta uma vitória sobre um rival de peso na temporada para colocar o time entre os favoritos tanto no Paulistão quanto na Copa do Brasil. Os tropeços contra Palmeiras e Corinthians, porém, são vistos como infelicidades da equipe.

“Um clássico é sempre difícil de se jogar, mas estamos buscando a vitória sempre. Nos outros dois, atuamos para vencer, mas o resultado acabou não acontecendo por força de uma circunstância ou outra de jogo. Temos essa nova chance e esperamos que, dessa vez, a vitória venha”, ponderou o zagueiro Paulo Miranda, que deve formar a dupla de zaga ao lado de Rhodolfo.

FORÇA MÁXIMA – O Santos deve jogar completo para se manter entre os primeiros colocados da fase de classificação do Paulistão. Como de praxe, Muricy Ramalho deixou para anunciar a escalação do time pouco antes do início do clássico, mas, como já programou folga de todo o grupo para esta segunda, é sinal de que os titulares estarão em campo no Morumbi.

Outra pista dada pelo treinador foi ter remarcado a reapresentação dos jogadores das 10 para as 16 horas de sábado, prolongando em seis horas a folga da sexta. O único desfalque será o lateral-esquerdo Juan, que, por força de uma cláusula contratual, está impedido de jogar contra o seu ex-clube. No seu lugar entra o garoto Paulo Henrique, considerado o sucessor do veterano Léo.

Muricy Ramalho não tem mais com o que se preocupar. O time está bem na Libertadores, após se recuperar da derrota contra The Strongest, da Bolívia, na estreia, com a vitória diante do Juan Aurich, no Peru, e com possibilidades até de ser o líder da primeira fase no Paulistão.

O sufoco do início da temporada ficou para trás. Por ter saído de férias em 20 de dezembro, duas semanas depois de todos os clubes, o Santos também foi o último a retornar em 2012 e, por isso, nas três primeiras rodadas e em mais dois jogos intermediários (contra Botafogo e Mogi Mirim) usou um time formado por reservas e jovens promessas da base. Também mandou cinco de seus jogos em outras cidades em razão da troca do gramado do estádio da Vila Belmiro. Mesmo assim não decepcionou.

“O time amadureceu e está jogando mais agrupado, com bom passe e toques curtos”, comemorou Muricy Ramalho após a vitória por 3 a 1 no carpete do estádio Elias Aguirre, em Chiclayo, no Peru, na última quinta. Embora se queixe da maratona de jogos, daqui para frente, o treinador vai escalar sempre os titulares para que o time atinja o entrosamento nas fases finais do Estadual e da Libertadores.

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