Rogerinho leva ‘pneu’, perde na estreia e Equador larga na frente na Davis

Não foi a estreia que o Brasil esperava contra o Equador na Copa Davis. Em Belo Horizonte, Rogério Dutra Silva foi surpreendido por Emilio Gomez, nesta sexta-feira, na primeira partida da série válida pelo Zonal Americano I, equivalente à segunda divisão da competição. O tenista brasileiro saiu na frente no placar, mas viu o adversário ganhar confiança e arrancar a virada. Sofreu até “pneu” na derrota por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 5/7, 0/6 e 4/6, em 2h41min de jogo.

A irregularidade foi o maior obstáculo de Rogerinho durante todo o confronto. Entre altos e baixos, o brasileiro conseguiu levar a melhor sobre o equatoriano na primeira parcial. As falhas continuaram sendo um entrave para ele, prolongando a disputa na segunda etapa. A torcida mineira tentou empurrar o tenista da casa, mas não foi o suficiente. Gomez aproveitou o momento e empatou a partida.

O jogo, que na teoria tinha tudo para ser fácil para Rogerinho, foi se transformando em uma batalha perdida. O número 90 do mundo deixou o tenista do Equador, apenas 317º do ranking, crescer em seus erros. O silêncio na Arena Minas Tênis Clube dava sinal da apreensão do público. Abatido, não ofereceu qualquer resistência e foi arrasado no terceiro set pelo visitante. Com um “pneu”, assistiu à virada de Gomez de forma apática.

O retorno para o quarto set mostrou que o tenista paulista estava disposto a resistir. Teve até coro da torcida de “vamos quebrar” quando a oportunidade apareceu para o brasileiro. Ele não soube aproveitar a chance. E pior: teve o serviço quebrado logo em seguida. Era questão de tempo para o equatoriano sacramentar o resultado do duelo.

Foi o segundo encontro entre os tenistas na história da Copa Davis. Rogerinho e Gomez estiveram frente a frente no duelo entre Brasil e Equador, em abril de 2014, em Guayaquil. Na ocasião, o brasileiro venceu o adversário por 3 sets 1 – parciais de 6/4, 6/7 (10/12) e duplo 6/1 – e deu a vitória ao País por 3 a 1 na série. O resultado garantiu a equipe nos playoffs do Grupo Mundial da Davis daquele ano.

Ainda nesta sexta, Thomaz Bellucci e Roberto Quiroz fazem o segundo jogo do confronto. No sábado, às 14 horas, Bruno Soares e Marcelo Melo enfrentam Emilio Gomez e Roberto Quiroz nas duplas. Os tenistas equatorianos voltam a entrar em quadra no último dia de disputa. No domingo, às 12h, Gomez será o adversário de Thomaz Bellucci e, na sequência, Quiroz fecha a série contra Rogerinho.

Lembrando que as equipes podem alterar a escalação dos jogadores até uma hora antes do confronto. Assim, o capitão Raul Viver, do Equador, tem a possibilidade de dar chance para Gonzalo Escobar e Ivan Endara dependendo do rumo da competição.

O JOGO – Rogerinho começou a partida com um ace logo no primeiro saque e largou na frente com facilidade. Na vez do rival, teve chance de ampliar a vantagem e desperdiçou. Com uma troca de bolas no fundo da quadra, o equatoriano se reencontrou e cresceu no jogo. O brasileiro ficou ameaçado na sequência, mas conseguiu salvar três quebras de saque e resistir. Na sequência, Rogerinho deslanchou, conseguiu quebrar o serviço do adversário pela primeira vez e confirmar o seu saque, abrindo 4 a 1.

O caminho parecia aberto para ele, mas o brasileiro voltou a mostrar irregularidade em quadra. Gomez também não se abateu e foi buscar o resultado, até deixar tudo igual em Belo Horizonte: 4 a 4. Foi a vez do tenista da casa mostrar poder de reação e confirmar seu saque. No décimo game, fez a torcida vibrar ao arrancar a vantagem e levantou o público quando fechou a primeira parcial por 6/4.

O segundo set começou mais equilibrado. E quem teve a primeira chance de se colocar na frente do placar foi o tenista do Equador. Rogerinho impediu a quebra de serviço e vibrou bastante com a defesa. No saque de Gomez, uma sequência de falhas do brasileiro chamou atenção: teve até bola isolada na arquibancada. A igualdade imperou até o sexto game, quando o anfitrião abriu 4 a 2. A vantagem foi amplamente comemorada por ele. Na hora de confirmar o serviço, outro sufoco. Rogerinho até salvou duas quebras de saque, mas acabou cedendo o game para o adversário.

Depois de quase repetir o feito do set anterior no décimo game, o tenista paulista viu o jogo se prolongar. E a situação ficou ainda mais apertada ao ser surpreendido por Emilio Gomez, que obteve 6 a 5 no placar. A torcida mineira então tentou empurrar o tenista da casa, mas em vão. Rogerinho batalhou o quanto pôde, mas perdeu o segundo set por 7/5.

A terceira etapa começou desfavorável para o dono da casa, atrás no placar logo de cara. E o cenário foi ficando pior à medida que o tempo passava. Gomez conseguiu facilmente abrir 3 a 0 no placar, o panorama do jogo era desanimador. Desconcentrado, Rogerinho foi atropelado pelo tenista do Equador, levou um “pneu” (6/0) e viu o adversário virar a partida por 2 sets a 1.

Depois de conversar com o capitão João Zwetsch no intervalo entre um set e outro, Rogerinho voltou à quadra dando mostras de que não ia entregar o jogo. O equilíbrio foi restabelecido entre os tenistas pouco a pouco. Após desperdiçar essa importante chance, acabou caindo novamente de rendimento.

Emilio Gomez fez 3 a 2 no quarto set e tinha apenas de administrar o resultado. Quando o visitante sacava para fechar a partida, o clima esquentou. Teve vaia para o adversário, vibração após uma falha no match point. Mas não deu para correr atrás do prejuízo e Rogerinho acabou derrotado por 6/4 no quarto e último set da partida.

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