Róbson Gomes festeja o retorno para sua “casa”

"Aqui eu me sinto em casa. E é bom quando você é querido e bem tratado em um lugar." O preparador físico Róbson Gomes está há apenas três dias no Coritiba, de volta após um ano fora, mas é como não tivesse saído do clube que o revelou.

Por isso mesmo, ele aceitou voltar para o Alto da Glória, mesmo recebendo uma vantajosa proposta do Botafogo para permanecer no Rio de Janeiro. E também para ter a primeira experiência com o técnico Antônio Lopes.

Róbson deixou uma "tradição" de sua carreira: ele sempre fez trabalhos de longo prazo, verdadeiras parcerias com treinadores. Primeiro, foi com Hélio dos Anjos, em quase quatro anos de Goiás. Depois, dois anos e meio ao lado de Paulo Bonamigo, no próprio Coritiba, Atlético-MG e Botafogo. "Tenho que valorizar esse período em que trabalhamos juntos. O Paulo é um profissional de primeiro time, e conseguimos atingir nossos objetivos nesse tempo", elogia o fisicultor.

Agora, ele pode iniciar nova parceria. "Eu nunca trabalhei com o professor Antônio Lopes, mas eu nem preciso comentar a competência dele. Foi campeão em vários clubes, campeão mundial com a seleção brasileira, e fez uma temporada muito boa no Coritiba no ano passado", comenta Róbson, que valoriza outro ponto do Delegado. "Ele já foi preparador físico, assim como o Eudes (Pedro), o (Antônio Lopes) Júnior e o Miguel (Ferreira) são. Assim, nós temos muito mais facilidade para implantar um trabalho físico no clube, pois eles entendem as nossas necessidades", explica.

Para o Delegado, a vinda de Róbson significa um acréscimo de qualidade ao elenco. "Ele já conhece grande parte do grupo, por ter trabalhado aqui há pouco tempo. E tem um trabalho bastante interessante, que se encaixa bem com as pretensões do Coritiba", resume Antônio Lopes, que usou de um método diferente para buscar informações sobre o novo preparador físico. "O pai dele me contou tudo", brinca, citando o comentarista esportivo Valmir Gomes.

Esta boa recepção de todos no Coritiba ("Do porteiro ao presidente", festeja) faz Róbson Gomes falar do clube com carinho. "Sempre que eu venho para o clube eu fico feliz e me emociono. Até porque eu fui o primeiro preparador físico do Coxa no CT. Quando este centro de treinamentos foi inaugurado, estava trabalhando na equipe profissional", lembra, falando sobre a primeira passagem dele no time principal.

Para Róbson, o importante é a constante evolução do Coritiba. "Eu fiquei um ano fora e vi que o clube continuou melhorando a estrutura, buscando incrementar ainda mais o departamento de futebol, e facilitando a vida dos profissionais. Isto faz com que todos que estejam trabalhando aqui tenham sua responsabilidade aumentada. Temos a obrigação de conquistar títulos e honrar a história do Coritiba", finaliza o preparador físico.

Parceria para exames médicos

Terminou a série de testes médicos e físicos do Coritiba. E, pela primeira vez, o clube usou da parceria com a Clinicor (Clínica Paranaense de Cardiologia) para realizar os exames cardiológicos do grupo. O acordo não se aplica apenas a esta pré-temporada, mas prevê um acompanhamento dos cardiologistas e médicos do esporte ao grupo alviverde em todo o ano.

Para os leigos, Medicina do Esporte e Traumatologia Esportiva são coisas semelhantes. "Na verdade, são situações complementares", diz o chefe do departamento médico alviverde, Lúcio Ernlund. "A Medicina do Esporte trabalha com todos os campos médicos para que os atletas possam ter tranqüilidade para realizar seu trabalho", complementa o médico do esporte Marcelo Leitão.

Os jogadores passaram por exames cardiológicos acurados, para a detecção de cardiopatias. "Os atletas podem ser acometidos de arritmias e miocardiopatias agudas, que são causadoras de morte súbita", conta Pedro Michelotto.

Os 24 jogadores que por enquanto formam o elenco alviverde passaram por todos os exames e os resultados serão divulgados no início desta semana. Mas, a princípio, todos "passaram". "Até o momento, não encontramos problemas nos atletas do Coritiba", resume Lúcio Ernlund. (CT)

Zico quer ver filho jogando no Coxa

Felipe Awi

Rio (AG) – Pai de três filhos homens, Zico teve de responder muitas vezes se gostaria de ver um deles seguindo seus passos. Sim, se fosse a vontade do menino, ele gostaria, mas hoje o Galinho acha que não estão deixando. Aos 21 anos, Thiago, o mais novo, já passou por Flamengo, Paulista, CFZ e agora está acertando sua transferência para o Coritiba. Será mais uma chance de o jovem apoiador atingir um objetivo que se imaginava mais simples: dar continuidade à dinastia Antunes Coimbra nos gramados brasileiros.

Pelos relatos de Zico e Thiago, a facilidade que o sobrenome tinha para abrir defesas adversárias não é a mesma para abrir portas. Pelo contrário. Mais do que um belo cartão de visitas, ser filho do maior ídolo do Flamengo tem sido um peso neste início de carreira, a ponto de atrapalhá-lo até no clube que pertence ao pai, o Centro de Futebol Zico. "Até no CFZ o técnico botava 300 caras no time e não botava o Thiago. Era medo de dizerem que ele estava privilegiando o meu filho", afirma.

No Flamengo, conta Thiago, os problemas foram até maiores. Enquanto esteve no juvenil e nos juniores da Gávea, alternou períodos de alta e de baixa. Foi campeão do Torneio Internacional de Dubai ao lado de Ibson e Júnior, hoje titulares da equipe profissional. Era titular com Carlos César, mas teve poucas chances quando Marcos Paquetá assumiu a equipe. Para Thiago, sua deficiência estava fora de campo. "Desde novo, sofri preconceitos porque, além de ser filho do Zico, tinha uma condição financeira melhor. Cheguei a ouvir de um técnico do Flamengo: ?Thiago, você é bom de bola, mas não precisa do futebol. Vou dar chance a outro que precisa’. Isto não tem nada a ver, qual a culpa que eu tenho disso?", lamenta.

Zico acredita que Thiago ainda tem de evoluir em alguns aspectos, especialmente na competitividade, mas vê no filho um apoiador de potencial, com qualidade técnica e porte físico. "Jogar ele sabe, mas será que ele precisa ser gênio? O Thiago precisa de uma chance para mostrar que pode ser um bom jogador", afirma o Galinho.

É nisso que o Coritiba está apostando. O interesse do clube paranaense surgiu depois de um amistoso beneficente realizado há duas semanas, no CFZ. Ex-companheiro de Zico no Flamengo, Sérgio Ramirez, hoje coordenador técnico do Coritiba, foi o primeiro a ligar para Edu a fim de saber de Thiago. O técnico Antônio Lopes também já deu sinal verde. A negociação está bastante adiantada, segundo o advogado da família Antunes Coimbra, Antônio Simões. "Vai ser uma oportunidade de ouro para mostrar o meu potencial", afirma o jogador. Zico contou que houve propostas da Malásia e do Vietnã, mas prefere ver Thiago no Coritiba. Morando no Japão, ele estaria mais perto fisicamente do filho, mas longe de vê-lo realizado.

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