Rivalidade contra o Inter é munição para o Coritiba

A partida entre Coritiba e Internacional, amanhã à tarde, no Couto Pereira, tem um sabor especial para o goleiro Fernando e o zagueiro Fabrício. Os gaúchos do Alto da Glória foram revelados com a camisa do Grêmio e em suas veias corre fogo quando o assunto é o arquirival Colorado.

“Não há como negar que existe uma motivação especial contra o Inter. A rivalidade entre gremistas e colorados é enorme, mesmo porque em Porto Alegre só exitem os dois clubes”, afirma Fernando.

Antes de sonhar em ser um jogador de futebol profissional, o goleiro alviverde já vestia a camisa do Grêmio. “Esses dias estava revendo fotos antigas e encontrei uma em que estava jogando bola com meu pai, com a camisa gremista”, diz o arqueiro. Sua história com o Grêmio, no entanto, ganhou contornos mais fortes quando em 91 foi para as categorias de base da equipe. “Fiquei lá até 2000, quando fui emprestado para a Francana. Nesses longos anos, disputei inúmeros grenais pelas categorias de base. E cada vitória era uma festa”.

Desde que chegou ao Coritiba, em 2001, Fernando teve a oportunidade de enfrentar o “inimigo” três vezes. “Foram duas vitórias e um empate. Espero continuar mantendo a invencibilidade com a camisa do Coritiba, que tem sido um amuleto”, diz o atleta. A ligação de Fernando com o Grêmio é tão forte que durante a semana vários amigos dele, gremistas fanáticos, ligaram pedidno que ele “mordesse” o Colorado. “Vamos em busca da vitória, mas não por esses pedidos, mas sim pela torcida coxa-branca”.

À epoca das categorias de base, Fernando tinha como companhia o zagueiro Fabrício, que chegou ao Olímpico em 92, um ano depois do goleiro. “Dei os primeiros chutes no Inter, mas quando tive oportunidade de ir para o Grêmio, meu time de infância, foi aquela satisfação. Quando ganhávamos, era alegria dupla: de atleta e torcedor”, relembra. Quando deixou o Grêmio, no início de 2001, para jogar no Joinville, os encontros com o arquirival diminuiram, mas a rivalidade continua mais forte do que nunca.

Tesser vive bom momento

A partida inaugural do Coritiba no Brasileirão, contra o Flamengo, serviu para alguns atletas provarem que têm potencial de sobra para vestir a camisa alviverde. Além do meia Pepo, que foi confirmado ontem entre os titulares que enfrentam o Inter, amanhã, quem também fez bonito no Maracanã foi o lateral-direito Tesser, que por muito pouco não foi emprestado pelo Alviverde. Nesta entrevista à Tribuna ele conta como deu a volta por cima.

Paraná-Online

– A boa atuação contra o Flamengo, na estréia, foi um tapa de luva em seus críticos?

Tesser

– Para um atleta, fazer uma boa partida não significa garantias. Não é jogando uma vez que se prova qualidade. Temos que matar um leão a cada jogo, durante toda a carreira, para ter reconhecimento.

Paraná-Online

– Você chegou a ser titular em algumas partidas com o Joel Santana, no ano passado, mas caiu no esquecimento. O que houve?

Tesser

– Após o campeonato estadual, tive uma contusão que me tirou de campo por dois meses. Quando voltei, o Coritiba já tinha contratado o Ezequiel (que não está mais no elenco) e fazia menção de puxar o James das categorias de base. Foi uma fase difícil, em que chegaram a falar em empréstimo para o Malutrom.

Paraná-Online

– O que você pensou nessa época?

Tesser

– Foi complicado, mas tentei manter o ânimo. Gostaria muito de ter oportunidade de vestir novamente a camisa titular do Coritiba. Mas ao mesmo tempo pensava se não seria melhor sair para mostrar o meu valor. No fim, acabei ficando no grupo.

Paraná-Online

– Você pouco jogou no estadual, mas devido à contusão de Ceará, que ficará de fora por mais de um mês, você teve oportunidade de estrear o Brasileirão como titular. É a sua grande chance?

Tesser

– Certamente. É a primeira vez que, como profissional, me sinto como titular do time. Pois quando atuei em quatro jogos seguidos, na Sul-Minas, no ano passado, sabia que a qualquer momento o Reginaldo Araújo iria se recuperar e voltar ao time. Inicialmente, era para eu atuar em apenas um jogo. Mas a recuperação dele demorou um pouco mais do que o esperado e fui levando, com a consciência de que quando ele estivesse recuperado, eu seria descartado. Mas agora é diferente. Vou ter uma seqüência de jogos e, com isso, espero evoluir cada vez mais.

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