Rio se queixa de governo federal por obra olímpica

O governo do Rio manifestou na tarde de hoje preocupação com o prazo para entrega do complexo esportivo de Deodoro, previsto para a Olimpíada de 2016. O Estado atribuiu à indecisão da União o cronograma apertado.

O governo federal transferiu para o Estado a responsabilidade de construção do complexo há cerca de dois meses. O secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner, coordenador das obras para os Jogos, disse que a demora na decisão fez com que a obra perdesse “gordura” no prazo, tornando o cronograma apertado.

“O governo federal levou mais de dois anos para chegar à conclusão de que não poderia fazer. Se tivesse tomado essa decisão antes, nós já estaríamos num ponto muito mais a frente. Há tempo hábil para fazer, mas perdemos aquela gordura que teríamos. […] Não vai ser fácil fazer isso. O prazo está bastante apertado. Estamos correndo para poder entregar todo esse complexo”, disse ele, durante almoço organizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Rio na Associação Comercial do Rio.

É a primeira vez que uma autoridade estadual se queixa publicamente da transferência da obra.

O complexo de Deodoro foi alvo da primeira crítica do COI (Comitê Olímpico Internacional) aos organizadores da Olimpíada. No início do mês, a marroquina Nawal El Moutawakel manifestou preocupação em relação ao andamento da obra, após visita técnica da entidade à cidade.

O governo federal repassará verba e dará assistência técnica para realização do investimento. O Rio será responsável por elaborar o projeto e realizar a licitação. Ali serão realizadas provas de sete modalidades esportivas.

Fichtner atribuiu a demora na definição a “mudança administrativa” causada, segundo ele, pela troca de ministros. Orlando Silva deu lugar a Aldo Rebelo na titularidade da pasta este ano.

Ele reclamou ainda de ter de construir uma arena para a canoagem slalom, investimento de mais de R$ 100 milhões, com grandes turbinas e alto consumo elétrico.

“Esse equipamento é o que me causa um certo… Não é revolta, nem desconforto. É uma modalidade que tem menos de cem atletas no mundo e distribui quatro medalhas olímpicas. Para construir isso vai custar mais de R$ 100 milhões. Depois a gente não sabe o que vai fazer com isso. A despesa é tão grande que não há payback possível.”

Procurado, o Ministério do Esporte não havia se manifestado até a noite de hoje.

Maracanã

Fichtner afirmou que a Casa Civil fará alterações no estudo de viabilidade econômica feito pela empresa IMX Holding AS, do empresário Eike Batista, para formatar a concessão do estádio do Maracanã.

O secretário disse que a proposta é “bem embasada”, mas contém intervenções na arena que o Estado não considera essenciais. O edital de licitação para a concessão do Maracanã será publicado ainda este ano.

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