Boca no trombone

Ricardinho desabafa sobre situação extra-campo do Paraná

O final de ano do Paraná Clube promete ser bem agitado nos bastidores. Com uma grave crise financeira, com jogadores, comissão técnica e funcionários enfrentando atrasos salariais, alguns casos chegam a oito meses, a diretoria terá uma árdua tarefa de sanar os compromissos até dezembro.

A insatisfação é geral e o momento é muito complicado. Os atletas mais experientes conseguiram, com a chegada do técnico Ricardinho e do diretor de futebol Marcus Vinícius, segurar a onda, pois a ideia era somar os pontos necessários para escapar do rebaixamento e depois cobrar a direção sobre os recorrentes atrasos. Com a vitória diante do Icasa, por 2×1, a chance de terminar a Série B entre os últimos foi descartada e a exposição da crise teve o primeiro capítulo, que promete ser longo.

Realista

Um dos grandes expoentes do Tricolor, o técnico Ricardinho, mostrou sua irritação e sinalizou que o clube precisa ser mais profissional em todas as áreas para não passar por situações que deixam o torcedor magoado e envergonhado. “Não é possível mais o Paraná viver uma situação como essa, não dá para viver dessa forma. Deixar um grupo como este, quatro meses e meio sem salários numa Série B. O Paraná é um clube grande, tem história, mas se não houver uma mudança, compromisso, um projeto para o ano que vem, o Paraná não vai conseguir os resultados. A torcida vai esperar o melhor e o melhor não vai acontecer”, disse o treinador paranista.

Alertas

O recado do técnico junta-se a tantos outros que passaram pelo Tricolor este ano. Milton Mendes, Claudinei Oliveira, Roque Júnior e jogadores sinalizavam isto anteriormente. A forma de administrar também foi ponto no desabafo de Ricardinho. “Só com mudança de mentalidade, mais profissionalismo, cumprindo com os compromissos com os profissionais do clube é que o Paraná pode voltar a dar alegrias para a torcida. Se isso não acontecer, sinceramente, vai ser muito difícil ano que vem. Estou falando em novembro, pois temos tempo de até o fim do ano a direção do clube tomar as atitudes para isso mudar”, avaliou o comandante paranista.