Ficou difícil. O Coritiba viu acontecer na noite de terça o pior resultado possível para suas pretensões de classificação na Copa Libertadores da América. Não só o Sporting Cristal venceu o Rosario Central, como impôs os mesmos 4×1 que o Coxa sofreu em Lima. Agora, para não depender de outros resultados, são necessárias duas vitórias – e repletas de gols.
A partida foi disputada no Estádio Nacional de Lima e os gols foram marcados por Soto (dois), Comingues e Moisela, descontando Carbonari.
Vencendo, o Cristal chegou aos dez pontos, com saldo positivo de seis (um dado curioso: as quatro equipes do grupo 9 sofreram sete gols). Em seguida, vem o Central, com sete pontos e saldo negativo de um. O terceiro colocado é o Olimpia, com quatro pontos e saldo negativo de dois, e o Cori é o lanterna com os mesmos quatro pontos, mas com saldo -3.
Para conseguir a classificação sem depender do que acontecer com os rivais, a única possibilidade do Coritiba é vencer as partidas que tem contra Olimpia (dia 6 de abril) e Sporting Cristal (dia 13). E, se possível, tirando toda a vantagem que os peruanos têm no saldo – que hoje é de nove gols. Exemplo: se passar pelos paraguaios pelo placar mínimo, o Coxa terá que fazer no mínimo quatro gols de diferença na última rodada.
Isso porque o rival mais direto do Cori é exatamente o Cristal, porque há ainda um confronto entre eles. E como o time peruano é o líder do grupo, o ?alvo? preferencial é ele -até pelo fato de, com a combinação de resultados, a chance de terminar a primeira fase com o título do grupo 9 é quase a mesma da classificação. E, mesmo que termine em segundo lugar, vencendo os dois jogos e chegando aos 10 pontos, o Coxa deve passar diretamente para a segunda fase, sem necessidade de repescagem.
Se quiser contar com a ?ajuda? externa, o Coritiba pode até ser o vice-campeão do grupo com oito pontos, desde que o Rosario Central não consiga mais que um empate na última rodada, contra o Olimpia – os argentinos jogam em casa, no Gigante de Arroyito. Outra hipótese é torcer para que, mesmo vencendo, o Central não faça muito saldo. Mas mesmo assim o Cori precisará marcar gols para ficar garantido sem sustos.
Tanta dificuldade faz a partida contra o Olimpia se tornar fundamental – talvez a partida mais importante do Coxa nos últimos anos. “Nós temos que pensar em vencer, e depois fazer as contas. Nosso interesse ainda é a classificação direta. Com o Vasco, em 98, nós passamos para a segunda fase com dez pontos”, rememora Antônio Lopes, com conhecimento de causa – naquele ano, o Vasco foi campeão da Libertadores.
Luís Mário continua o tratamento
Luís Mário não apareceu ontem nos campos do CT da Graciosa. Ele ficou no prédio central, pois segue em tratamento da fibrose na coxa esquerda e a dúvida quanto à sua utilização na partida de domingo contra o Cianorte, no Estádio Albino Turbay continua. Apesar de ainda esperar pela recuperação, o técnico Antônio Lopes já começou a dar mostras que vai ‘aceitar’ a posição dos médicos e dar maior tempo para o “Papa-léguas” entrar em forma.
O treinador coxa confessa que ainda não conversou com os médicos. “Eu não vou ficar enchendo o cara todo dia, prefiro falar com o atleta e ver se ele está se sentindo bem. Eu vou esperar o posicionamento deles, mas sei que o tempo está passando. Se os médicos liberarem, ele vai jogar, mas se não, tudo bem.
Não vou passar por cima de uma decisão clínica”, comenta Lopes.
A posição dos médicos se mantém. “Até agora, nada mudou”, resume Walmir Sampaio. É clara a posição do departamento médico coxa sobre o caso – se depender deles, Luís Mário permanece em tratamento até o final da semana, volta aos trabalhos com bola a partir de segunda e pode ser usado, com restrições, na partida de volta contra o Cianorte.
Mas há um novo ponto na história. O Coritiba precisa de uma vitória contra o Olimpia, no jogo do dia 6, e o atacante é peça fundamental para a partida, ainda mais porque Tuta não está inscrito na Libertadores. Por isso, é cada vez maior a possibilidade de Luís não enfrentar o Cianorte no domingo.
A dúvida passa a ser Luís Carlos Capixaba. “Ele realmente nos preocupa”, diz o médico alviverde. Ele ainda se recupera de uma lesão no tornozelo e dificilmente treina esta tarde, quando Antônio Lopes pretende dar feição ao time que joga no final de semana. “Já está chegando o dia do jogo e eu preciso ter os jogadores comigo”, avisa o técnico, que teve como boa notícia a volta de Ataliba aos treinos ontem.