Essa foi a idéia da família proprietária da fazenda Maragogipe, uma das mais tradicionais fazendas da época áurea do café no norte do Paraná, no município de Jaguapitã, a 40 km de Londrina, que foi sede, no último final de semana, da etapa de Londrina da Mitsubishi Cup. Os terreiros usados para secar café serviram, no último sábado, como base para os 66 carros que participaram da segunda das sete etapas de uma das mais importantes competições de Rally de velocidade do país, que reúne alguns dos melhores pilotos da categoria.
?A fazenda é da mesma família da propriedade em que realizamos a etapa de Uberlândia (MG). O proprietário de lá me procurou oferecendo este local. Foram feitas as análises técnicas e, com algumas correções, preferimos essa estrada em relação à do ano passado.? explicou o coordenador geral da competição, Detlef Altwrg, revelando que, para construir uma pista de 25 quilômetros, foram aproveitados 17 km da estrada original e construído o restante à máquina. ?Tem uma topografia bastante apropriada, com riachos, saltos e muitas curvas de diferentes graus de dificuldade. É tudo que um piloto de Rally procura. Só precisamos adequar alguns pontos, que pareciam muito perigosos?, concluiu.
Segundo um dos proprietários da fazenda, Manoel Campbell Penna, a realização da prova pouco prejudica as plantações do local, que hoje se dedica às culturas de soja, milho, trigo e eucalipto. ?Era para essa etapa ser em Uberlândia, e a de setembro ser em Londrina, mas como lá a colheita está atrasada, sugerimos a troca, para evitar danos às plantações?, informou. ?Deixar tudo do jeito que os organizadores da prova querem dá muito trabalho, mas é gratificante. Quando que Jaguapitã iria imaginar ver essas máquinas e pilotos tão de perto? É uma grande festa que será lembrada pelos próximos dois meses, pelo menos?, comentou.
E essa característica, comum em todas as etapas da Mitsubishi Cup, também agrada os pilotos ?É muito bacana o pessoal abrir sua propriedade para a gente, é um grande atrativo para a região e bastante desafiador para os pilotos, já que as pistas são muito exigentes, cheia de obstáculos?, comentou o piloto Ingo Hofmann, 12 vezes campeão da Stock Car e que também se aventura no Rally.
?Era uma pista bastante técnica, com piso escorregadio, terra solta, saltos em curva e altíssima velocidade. Mas a organização da prova foi perfeita, nos alertando de todos os perigos. Correr aqui foi muito prazeroso?, disse o paulista Guilherme Spinelli, que ao lado do navegador Marcelo Vivolo foi o vencedor da etapa na categoria L200 RS Master, a principal da prova. (Roger Pereira – viajou a convite da organização da prova)
Paranaenses brilham em Londrina
Apesar de a vitória na categoria mais importante ter ficado com uma dupla de Campinas (SP), as duplas paranaenses tiveram grande destaque entre os 66 carros que disputaram as quatro categorias da segunda etapa da Mitsubishi Cup. Na categoria principal, a L200 RS Máster, três das cinco duplas que formaram o pódio eram curitibanas. Felipe Bibas e Emerson Cavassin ficaram com a segunda posição, Maurício Neves e Clécio Maestrelli foram terceiro e Felipe Schultz / Armando Miranda, quinto.
Na categoria intermediária, a L200 RS, o destaque foi para a dupla Plínio André Bergamo Júnior e João Ângelo Tudino, de Arapongas, que terminara a prova na terceira posição, depois de terem vencido a primeira bateria. E entre os novatos, que disputam a categoria L200 R, a vitória foi dos curitibanos César Gollo e Boby Peres, que também lideram a classificação geral, 10 pontos a frente do segundo colocado.
Entre as Pajero, que disputam a categoria TR4 R, dominada pelos catarinenses, a melhor dupla paranaense foi Daltro Marcelo Maronezi e Carlo Campos, na sétima posição. ?Tivemos um problema mecânico e fizemos as duas primeiras voltas apenas com a tração traseira, ficando em penúltimo. Na última volta, com a tração nas quatro rodas restabelecida, deu para melhorar bem o tempo e fomos terceiro?, lamentou Campos. (RP)
Classificação etapa de Londrina:
L200 RS Máster
Guilherme Spinelli / Marcelo Vivolo (SP)
Felipe Bibas / Emerson Cavassin (PR)
Maurício Neves / Clécio Maestrelli (PR)
Ulysses Bertholdo / Luiz Carlos Palu (RS)
Felipe Schultz / Armando Miranda (PR)
L200 RS
Augusto Fiergelewski Soares / Roberto Brandalise (RS)
Fabio Sacioto / Marco Túlio Lana (MG)
Plínio André Bergamo Júnior / João Ângelo Tudino (PR)
José Oscar Bibas / Gilson Rocha (PR)
Paulo César Bertolini / Vanderlei Dalla Costa (RS)
L200 R
César Gollo / Boby Peres (PR)
Renato José Basílio / Marco Antônio Basílio (SP)
André Falsarella / Rodrigo Khezan (SP)
Rogério César Rode / Ricardo Augusto (SP)
Carlos Henrique Scheffer Jr / Sidney Bastos Marcondes Jr (PR)
TR4 R
Renato Amaral Rosales / Carlos Alberto Volpato Filho (SC)
Peterson Oliveira / Marco Aurélio Marine (SC)
Juliano Diener / Vitor José Munch (SC)
Fábio Vinícius Rocha Nascimento / Paulo Vinícius do Nascimento (SP)
Magno Aragão / Weidner Moreira (RJ)