A China não está medindo custos e esforços para combater o doping nas Olimpíadas de Pequim. Apenas em equipamentos para análise das amostras colhidas junto aos atletas, o país gastou cerca de 6 milhões de dólares (R$ 9,6 milhões). São 45 máquinas de alta tecnologia, que prometem fechar o cerco contra o uso de substâncias proibidas nos jogos.
Com nomes complicados como cromatógrafos líquido e gasoso e espectrômetro de massas, os aparelhos foram elaborados pela Agilent Technologies, empresa americana que lidera o mercado mundial do setor. No Brasil, a Agilent fornece equipamentos para o Ladetec, o único laboratório credenciado para os exames antidoping do Brasileirão, para a Polícia Federal e para a Petrobras.
Durante duas semanas de competições em Pequim, serão analisadas cerca de 4.500 amostras de urina e sangue dos atletas que competirão pelas medalhas. “São equipamentos capazes, potencialmente, de analisar qualquer substância. Podem detectar com quase 100% de eficácia todas as substâncias presentes na lista negra da Agência Mundial Antidoping”, diz o diretor de operações da Angient no Brasil, Reinaldo Castanheira.
Para acompanhar as constantes mudanças na lista de substâncias proibidas e os novos métodos que podem ser usados para aumentar artificialmente a performance dos atletas, a tecnologia dos equipamentos também não pára de evoluir. “Desde Atenas, em 2004, os equipamentos melhoraram a sensibilidade, identificando quantidades cada vez menores, com cada vez mais precisão. A margem de erro é praticamente nula”, garante Castanheira.
Uma comparação com os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, foram usados apenas nove equipamentos semelhantes aos utilizados em Pequim. Com a tecnologia evoluindo tanto no combate como na própria elaboração de substâncias dopantes, a expectativa é que as próximas Olimpíadas sejam as com o maior número de casos de doping da história.
* O repórter viajou a São Paulo a convite da empresa Agilent Brasil.