Novela

Petraglia some e diretor da Lanik ‘bate com o nariz na porta’

O entrave envolvendo as obras do teto retrátil da Arena da Baixada ainda está longe de ser resolvido. Ontem de manhã, uma reunião entre o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, e César França, diretor executivo da Lanik I.S.A., responsável pela supervisão da montagem da tampa do caldeirão, estava marcada, mas o mandatário atleticano não compareceu ao encontro e foi informado que o dirigente se encontrava no Rio de Janeiro. Assim, mesmo com a possibilidade de o estádio ser palco de uma edição do UFC em 2015, as obras seguem paradas e com expectativa de término somente no final do primeiro trimestre do ano que vem.

O representante da empresa espanhola, que veio do Canadá exclusivamente para participar da reunião, se revoltou com a postura adotada por Petraglia. “O Mário (Celso Petraglia) me ligou pessoalmente e marcou a hora e o dia. Reuni esforços, vim para Curitiba e quando cheguei no clube me falaram que ele tinha ido para o Rio de Janeiro. A conversa tem que ser com ele, pois o Volpato (Luiz, engenheiro da CAP S/A) e outros não resolvem nada”, contou França.
Para o diretor executivo da Lanik I.S.A., a conduta da diretoria atleticana prova a falta de comprometimento. “Esse episódio prova a falta de comprometimento com a nossa empresa. Não teremos mais alternativas de otimizar esses recursos do teto retrátil. O comprometimento organizacional do Atlético, por sua vez, faz com que adotemos uma postura contrária frente aos objetivos do projeto”, pontuou o dirigente, que foi ontem à noite para os Estados Unidos.

Sem novas diretrizes capazes de agilizar o processo, a obra segue parada. Desde a semana passada, quando o engenheiro-chefe da Lanik voltou para a Espanha, nenhuma viga foi içada e o cronograma está comprometido. Se anteriormente a expectativa era de que a tampa estivesse pronta em meados de março, o prazo agora pode ser ainda maior.

“Fica tudo como está e não vou voltar tão cedo para Curitiba. No dia 5 de dezembro o restante do meu pessoal vai embora e ficará só o Atlético cuidando da instalação do teto. Se meu pessoal voltar, será somente a partir de 10 de janeiro. Se já estava atrasado, o prazo para conclusão será ainda mais esticado. Procuramos sempre solucionar, colaborar e oportunizar decisões para acelerar o projeto. Estamos com boa vontade para ajudar, mas o clube parece que não está se importando e, para eles, parece que não existe um problema para ser resolvido”, finalizou França.

Se uma nova solução não for encontrada até o início de dezembro, os outros dois engenheiros espanhóis retornarão para a Espanha e a Lanik I.S.A. só voltará para supervisionar a montagem do teto se houver um novo acordo com o Atlético. Até lá, o clube, além de pagar os 94 mil euros para a empresa, terá que, juntamente com as empresas terceirizadas que contratou, mas que não têm o know-how para realizar o serviço, tentar acelerar o processo de montagem.