Petraglia despreza apoio de ex-diregentes

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, descartou o espírito de “união” e não poupou críticas aos criadores do movimento de ex-diretores e torcedores ilustres pela reabilitação do clube no Brasileirão.

O principal dirigente rubro-negro classificou de “oportunista” o ato encabeçado pelos ex-presidentes Marcus Coelho e Valmor Zimermann, além de Roberto Karam, Edilson Thiele e João José Werbitzki.

“Queremos a união da torcida. Mas não dessa gente que torce contra o clube para ser lembrada depois e ver sua foto no jornal”, disparou Petraglia, ontem, em entrevista à rádio oficial do clube pela internet.

O grupo elaborou carta aberta em que prega a união total dos atleticanos para evitar o rebaixamento para Série B, revelando confiança no trabalho do novo vice-presidente de futebol Marcos Malucelli, do técnico Geninho e do preparador físico Moraci Sant’Anna.

O alvo preferido de Petraglia, ignorado no documento, foi Marcus Coelho, presidente campeão brasileiro de 2001. “Quando assumiu em 2001, se ofereceu para ser a rainha da Inglaterra. Pediu para que tocassem o clube em nome dele porque não tinha tempo nem dinheiro. E foi assim enquanto esteve no Atlético.

Agora aparece num momento em que o clube não está bem, achando que foi o bambambam. Nessa hora aparecem esses oportunistas de plantão, alimentados pela grande imprensa, que está contra nós, pelas rádios que não querem pagar pelo futebol e querem ver o Petraglia longe daqui”, atacou.

Petraglia até brincou quando trocou o nome de Marcos Malucelli pelo de Marcus Coelho. “Foi um ato falho. É que estou meio atravessado com esse cara (Coelho). Ele não sai da minha cabeça”, falou. Entre os dirigentes que já passaram pelo clube, apenas Enio Fornéa foi poupado, único a ligar e se colocar à disposição do clube, segundo Petraglia.

Para o manda-chuva atleticano, o grupo de ilustres fala muito e pouco faz em benefício do clube. “Que experiência essa gente tem no futebol? Só de ir à Arena, confortável e com banheiros asseados, mas através de ingressos que conseguem de amigos. Porque essa gente não paga ingresso, inclusive seu Valmor (Zimermann). É a classe alta que não gosta de pagar ingressos e sempre dá um jeitinho de conseguir por cortesia.”

Avalistas

Petraglia desafiou ainda os notáveis a avalizarem o financiamento da ampliação da Arena. “Será que eles não vêm dar garantia de seus bens pessoais para um financiamento de 60 meses?”, falou o dirigente.

O cartola atacou ainda o trabalho de Roberto Fernandes (“prepotente, demoramos para demiti-lo”), Antônio Carlos Gomes e Alberto Maculan (“deixaram Roberto Fernandes tomar conta do galinheiro”).

Também disse que dificilmente o clube trará mais reforços para o Brasileiro (“a não ser que seja alguém inquestionável”) e que Curitiba pode sim deixar de sediar a Copa do Mundo de 2014 porque a movimentação política paranaense está paralisada. Finalmente, anunciou que o clube vai abandonar a marca “C.A. Paranaense” e voltar a investir no tradicional nome Atlético.