Pelé ganha busto por gol na Rua Javari

São Paulo – Desta vez nenhum torcedor do Juventus pegou no pé de Pelé, como naquela tarde de 2 de agosto de 1959 quando o Santos visitou a Rua Javari para mais uma partida do Campeonato Paulista. Com três gols do menino Pelé – ele tinha 19 anos -, o time alvinegro bateu o Juventus por 4 a 0. A partida entrou para a história. Pelé virou Rei e Atleta do Século e ontem voltou à Mooca para ser homenageado com um busto no estádio onde fez o gol mais bonito dos 1.281 que marcou na carreira.

Pelé tem mesmo esse poder, o de receber homenagem por ter feito gols e gols bonitos nos adversários. Ao fim do texto lido para Pelé na abertura da cerimônia havia um agradecimento dos ?juventinos? pelo gol marcado ?no nosso time.?

Pelé agradeceu. Ele sempre disse que o terceiro gol daquele jogo foi o mais belo de sua obra. ?Parece que aconteceu ontem e já faz quase 50 anos. Tudo está fresco na minha cabeça. Uma parte da torcida do Juventus estava me perturbando. Já havia feito dois gols no jogo, mas os caras não paravam de pegar no meu pé. Olhei para a arquibancada e então e fiz um gesto de ?espera um pouquinho?. Peguei uma bola vindo da direita, cruzada acho que por Dorval, e marquei o terceiro gol do Santos, após dar três chapéus seguidos, sem deixar a bola cair, em três ?juventinos? diferentes. E conclui de cabeça. As vaias viraram aplausos?, contou Pelé.

Foi ainda naquela mesma partida que Pelé, de tão furioso que estava com os torcedores, inventou o que seria depois sua marca registrada nos gols: o soco no ar. ?O fato de a torcida ter ficado no meu pé e por ter feito um gol muito bonito me levou a socar o ar com raiva. E virou uma marca nas minhas comemorações, o soco no ar?, lembrou Pelé.

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