Patrícia Amorim critica presidente do Flamengo

Patrícia Amorim dizia que estava há três dias sem dormir por causa da crise nos esportes olímpicos do Flamengo. Esperava, então, descansar na terça-feira, depois de uma segunda produtiva. Afinal, ela costurou acordo para manter os ginastas Diego Hypólito, Daniele Hypólito, Jade Barbosa e Victor Rosa no clube carioca e contornou uma ameaça de greve da equipe de basquete, insatisfeita com os salários atrasados.

Mas, enquanto jantava com a família na noite de segunda-feira, Patrícia Amorim soube que o presidente do Flamengo, Márcio Braga, anunciara sua saída e empossara João Henrique Areias como o novo vice-presidente de esportes olímpicos do clube. E ficou perplexa. “Ele [Márcio Braga] errou. Inclusive pela forma como (a demissão) foi feita”, reclamou.

Em nota oficial divulgada na noite de segunda-feira, o presidente do Flamengo informou que Patrícia Amorim havia solicitado seu desligamento poucas horas depois de participar do anúncio oficial da parceria do clube com a Prefeitura de Niterói – patrocínio que garantiu o emprego dos ginastas, que, aos poucos, tentam voltar à rotina de treinos depois dos conturbados dias em que estiveram com o futuro indefinido.

Ex-atleta olímpica e pentacampeã sul-americana de natação, a carioca Patrícia Amorim, de 39 anos, nega que tenha pedido para deixar o cargo no Flamengo. “Chega a ser um absurdo ele [Márcio Braga] dizer isso”, rebateu ela, reeleita para o terceiro mandato de vereadora do Rio pelo PSDB.

Ela afirma que a diretoria do Flamengo não se esforça na busca de recursos para os esportes olímpicos. “Somos resistência ali [dentro do clube] para existir, funcionar e combater. E a partir do momento que começamos a resolver coisas difíceis, fomos incomodando. Essa é a questão. O interesse sempre é grande no futebol porque envolve cifras altíssimas. Já os olímpicos dão trabalho e as pessoas não querem isso.”, disse.