Parreira não se arrepende de nada

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Carlos Alberto Parreira considera que não teve como preparar o time adequadamente.

Rio de Janeiro (Agência Placar) – O treinador da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, foi sincero ao analisar o momento que vivia ao estar sentado na entrevista coletiva ao lado de Zagallo.

Ninguém na equipe sonhava que o badalado time pudesse sair da Copa do Mundo antes de disputar a finalíssima em Berlim no dia 9 de julho.

?Serei sincero, o momento é difícil, duro. Eu não me preparei para perder tão cedo. Ninguém aqui na seleção se preparou?, comentou o técnico. Perguntado se sentia com o dever cumprido, por conta do trabalho realizado, o treinador disse que não. ?Só teria sido cumprido se chegássemos pelo menos na final?, completou.

Parreira, afirmou que não se arrepende por ter mudado o esquema da equipe em uma partida tão importante, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo. ?Não me arrependo. Falar depois do jogo é fácil. Cabe a quem dirige, ter a coragem de fazer as alterações. E eu sempre tive e continuarei a ter?, falou, referindo-se às entradas de Gilberto Silva e Juninho Pernambucano, nas vagas de Émerson e Adriano. A saída do atacante pôs fim ao ?quadrado mágico?.

O técnico também acredita que tenha feito as alterações, diante da França, na hora certa. Ele colocou Adriano no lugar de Juninho, aos 18 minutos; Cicinho na vaga de Cafu, aos 31, e Robinho no posto de Kaká, aos 33, sempre da etapa final. ?Durante a Copa, fizemos umas 12 substituições e sempre deram resultado. O que aconteceu hoje (ontem) é que o time criou algumas chances depois das mudanças, mas a bola não entrou. Não me arrependo nem um minuto, de nada?, completou.

Parreira, defendeu integralmente a sua opção pela escalação do atacante Ronaldo, artilheiro do Brasil na Copa do Mundo com três gols e maior goleador da história do torneio, com 15. ?Valeu apostar no Ronaldo sim. Hoje mesmo foi ele quem criou as melhores chances, deu os chutes, sofreu as faltas perto da área. Ele tomou a iniciativa e é o maior artilheiro da história das copas. Não me arrependo?, esclareceu.

Ele disse ainda que sempre falta alguma coisa, quando uma equipe não consegue vencer. ?Faltou alguma coisa sim. Tivemos dificuldades na preparação, na parte física. Jogamos muito pouco desde outubro do ano passado. Fizemos apenas um jogo, na Rússia?, comentou.

Além do jogo na Rússia, disputado com uma temperatura de cerca de 15 graus negativos, em março, o Brasil só fez dois amistosos antes da Copa, contra o Combinado de Lucerna (8×0) e a Nova Zelândia (4×0).

Acredite: o Brasil só acertou um chute no gol de Barthez

Frankfurt (AE) – Derrotado pela França por 1×0, o Brasil -em 90 minutos de jogo pelas quartas-de-final da Copa do Mundo – acertou somente uma finalização contra o gol de Barthez. Esta foi a melhor tradução da atuação apagada que eliminou a seleção do mundial da Alemanha.

Foram só sete finalizações brasileiras contra nove por parte dos franceses, que acertaram cinco contra uma do Brasil. Aliás, não foi somente essa estatística que mostrou uma seleção irreconhecível. O Brasil fez até mais faltas, coisa que não havia acontecido em nenhuma partida da equipe de Parreira no torneio. Os brasileiros cometeram 22 infrações e foram punidos com quatro cartões amarelos. Os franceses, por sua vez, fizeram 17 faltas e levaram três amarelos.

A posse de bola dominada pelos brasileiros (55%), porém, o domínio efetivo da partida foi da França, que mesmo com 45% do tempo do jogo com a bola nos pés, soube pressionar o Brasil com muito mais efetividade. Tanto que tiveram cinco escanteios a seu favor contra dois para a seleção.

E mais uma vez Zinedine Zidane foi o carrasco. O meia do Real Madrid, que se aposenta da seleção francesa após a Copa, fez sua melhor partida pela seleção francesa neste mundial e foi eleito o melhor jogador da partida pela Fifa.

Zidane diz que ainda faltam dois jogos para aposentadoria

Frankfurt (AE) – O meia e grande estrela da seleção francesa, Zinedine Zidane – após brilhante desempenho na vitória de sua equipe por 1×0 contra o Brasil – disse que pretende continuar jogando pelos ?Bleus? até a final do mundial. ?Para vencer o Brasil teríamos de dar o nosso melhor e nós conseguimos. Jogamos muito bem. Acho que nossa vitória foi merecida?, afirmou Zidane, que prometeu se aposentar após a Copa do Mundo da Alemanha.

?Agora não podemos parar, precisamos seguir na competição até o final?, falou o meia, que disparou: ?Não me aposento agora, ainda faltam duas partidas?. De acordo com o técnico da França, Raymond Domenech, a principal arma de sua equipe foi a paciência. ?Contra a Espanha também foi assim. Soubemos ter paciência para saber trabalhar e fazer as coisas acontecerem durante o jogo?, explicou.

?Foi um grande momento que só o futebol pode proporcionar. Agora quero saborear isso, mas o Brasil era quartas-de-final e agora estamos na semifinal?, observou. o treinador, que perguntado sobre a performance do Brasil respondeu que a seleção brasileira não era um problema dele. ?O técnico do Brasil certamente poderá falar melhor sobre o seu time.?

?Mas só sairei feliz da Copa do Mundo se sair da competição como campeão?, completou Domenech que defendeu o fraco desempenho de sua seleção na primeira fase do mundial. ?Os times que jogaram bem as primeiras partidas estão todos acompanhando a competição pela televisão?, ironizou o treinador.

O autor do gol que eliminou o Brasil do mundial, o atacante Thierry Henry, também classificou de justa a vitória francesa. ?Nosso triunfo não veio por um acaso. Jogamos bem e nossa tática funcionou. Ninguém pode dizer que contamos com a sorte para ganhar do Brasil?, disse Henry, que concluiu: ?Agora temos todo o direito de sonhar com o título?.

Lúcio estabelece novo recorde de jogos sem faltas

Frankfurt, Alemanha (AE) – O zagueiro Lúcio estabeleceu no jogo de ontem, entre Brasil e França, o recorde de maior tempo sem faltas de um zagueiro em Copas do Mundo. Com a falta que ele fez aos 25 minutos do primeiro tempo, o jogador acumulou 385 minutos (em cinco jogos) sem cometer uma infração em um Mundial, contra 383 minutos do zagueiro paraguaio Gamarra, que estava em vigor desde o torneio de 1998, na França.

A marca de Gamarra havia sido estabelecida graças aos 23 minutos de prorrogação do jogo de sua seleção contra a França, pelas oitavas-de-final do torneio (quatro jogos). Este foi o minuto em que saiu o gol de Laurent Blanc, o ?Gol de Ouro?, já que naquela edição da competição as partidas que iam para o tempo extra terminavam assim que alguém marcasse o primeiro gol.

Cafu e Roberto Carlos devem deixar a seleção

São Paulo (AE) – Teoricamente acabou a era Cafu e Roberto Carlos na seleção brasileira. Os dois laterais devem ter se despedido da camisa amarela na derrota por 1×0 para a França ontem, pelas quartas-de-final da Copa da Alemanha. É improvável que o próximo treinador, a ser escolhido pela CBF, convoque os dois jogadores, que têm 36 e 33 anos, respectivamente – em 2010, eles terão 40 e 37.

E ambos deram adeus à seleção de maneira decepcionante. Roberto Carlos foi decisivo para a vitória francesa ao ficar parado, com as mãos no joelho, na linha da grande área no cruzamento de Zidane, quando era ele quem cuidava da marcação de Henry, autor do gol. Se não bastasse a falha defensiva, o camisa 6 teve atuação praticamente nula no ataque.

Cafu igualou-se ao companheiro: atacou e defendeu mal. Errou muitos passes e sofreu para marcar o rápido Henry, que jogou às suas costas. A estratégia francesa foi tão clara que o atacante só foi atuar do lado direito quando o capitão brasileiro deu lugar a Cicinho, aos 30 minutos do segundo tempo.

Capitão do time desde a Copa de 2002, Cafu iniciou sua trajetória na seleção em 1991, convocado por Paulo Roberto Falcão. Já Roberto Carlos começou a ser chamado um ano depois, já por Carlos Alberto Parreira.

Cafu jogou quatro Copas do Mundo (94, 98, 2002 e 2006) e Roberto Carlos três (98, 2002 e 2006). Agora ambos devem se preocupar com seus clubes. O primeiro tem contrato com o Milan e o segundo com proposta do Chelsea, deve deixar o Real Madrid.

França é o maior algoz do Brasil

Frankfurt (AE) – Após a derrota para a França por 1×0 ontem, em Frankfurt, os franceses tornaram-se os maiores algozes da seleção na história das copas, passando a Hungria, que tem duas vitórias e nenhuma derrota contra o Brasil. Agora são quatro confrontos entre as duas equipes em mundiais e só uma vitória brasileira, por 5×2, em 1958, pelas semifinais do Mundial da Suécia.

Mas a partir daí só deu França. Na Copa do México, em 1986, empate de 1×1 no tempo normal, porém, os europeus levaram a melhor nos pênaltis (4×3), em jogo válido pelas quartas-de-final da competição. Um detalhe: o meia Zico perdeu uma penalidade no segundo tempo.

Em 1998 o confronto mais marcante entre os dois times. Na competição realizada na França, os anfitriões deram um show e bateram os brasileiros na final por um sonoro 3×0.

Ronaldo pede ?um tempo para esfriar a cabeça?

André Cardoso

Frankfurt (AE) – O atacante Ronaldo acredita que a derrota de ontem para a seleção da França por 1×0, em Frankfurt, não vai marcar negativamente esta geração de jogadores. Ele reforçou que estava orgulhoso do empenho do time em campo nos noventa minutos e que a equipe precisa agora de descanso.

?Demos o máximo de nossas possibilidades, só que não deu. Estamos tristes, sabíamos da expectativa da torcida brasileira em cima da conquista do título… Não deu. Todos precisamos de um tempo para esfriar a cabeça?, disse, tentando na seqüência ver algo positivo. ?Estamos orgulhosos do nosso sacrifício. Em nenhum momento faltou atitude, todos lutaram?.

Ainda sobre o motivo para a equipe ter perdido o jogo, Ronaldo não quis apontar um motivo ou um problema. ?Estamos tristes, mas demos o nosso máximo. Essa é uma geração vencedora.?

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