Ladeira abaixo!

Ápice do Tricolor em 2017 foi o “início da derrocada”

Torcida do Paraná lotou a Arena da Baixada na última temporada. Foto: Albari Rosa.

Há exatamente um ano, quando lutava para retornar à primeira divisão na sua décima participação seguida na Série B do Campeonato Brasileiro, o Paraná Clube atingiu o ápice da sua trajetória recente. Não apenas pela vitória conquistada por 1×0 sobre o Internacional, na Arena da Baixada, mas especialmente por ter quebrado o recorde de público do Joaquim Américo, com a presença de 39.414 torcedores no duelo contra o colorado gaúcho.

Essa marca retomou o “paranismo” que estava escondido no peito da sofrida torcida tricolor há muitos anos, mas também marcou o início de uma briga política que acabou tendo reflexos negativos na atual temporada.

Carlos Werner, empresário bem sucedido e principal investidor do clube nos últimos anos, e Rodrigo Pastana, executivo de futebol do Paraná e responsável pela montagem do elenco que conquistou o acesso, passaram a ter algumas rusgas nos bastidores. Brigas de ego, na verdade, que acabaram tornando a convivência entre os dois insustentável e que, mais para frente, culminou com a saída do investidor do dia a dia do Tricolor.

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Recentemente, depois que foi demitido do Paraná, Rodrigo Pastana negou que essa briga política com Carlos Werner tenha influenciado na sua saída do Tricolor. O ex-dirigente paranista também falou que o empresário é um aventureiro do futebol.

“Não, claro que não. Não tem como um racha político influenciar na minha saída. O Werner não faz parte do clube. Ele é um mecenas, um aventureiro, que graças ao nosso trabalho saiu do clube. Mas jogar a culpa para ele agora seria no mínimo uma covardia minha”, declarou Pastana em entrevista à Gazeta do Povo.

A reportagem da Tribuna do Paraná tentou entrar em contato com Werner para dar a sua versão sobre as declaraões do ex-dirigente Paranista, mas ele preferiu não se pronunciar.

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A vitória sobre o Internacional, conquistada com autoridade em campo e com um show à parte do torcedor paranista, que lotou a Arena da Baixada, foi o combustível que o Paraná precisava para arrancar, na reta final da Série B, rumo ao acesso à primeira divisão. Foi o que aconteceu e o Tricolor, depois de dez anos de agonia na segundona, voltou à elite do futebol brasileiro.

Com a vaga na Série A garantida, o Paraná sofreu um desmanche do seu time. Poucos jogadores ficaram e o clube, então, conviveu com a alta rotatividade do seu elenco por conta dos erros nas contratações. O índice de acerto que, no ano passado, foi alto e culminou com a conquista do acesso à primeira divisão, em 2018 foi baixo.

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O Paraná, como em outros anos e por conta da falta de capacidade financeira para investir em contratações, acabou formando um time para o Campeonato Paranaense e outro para a Série A do Campeonato Brasileiro. No Estadual, o Tricolor fez uma péssima campanha e sequer chegou à decisão. Foi eliminado da segunda fase da Copa do Brasil e, faltando 11 rodadas para o final do Brasileirão, está virtualmente rebaixado à Série B do ano que vem.

O Paraná, em toda a temporada, conseguiu vencer apenas oito partidas. Assim, 2018 deve ser, disparado, o pior ano do futebol paranista de toda a sua história. O reflexo dessa escassez de bons resultados e de um futebol no mínimo competitivo afastou o público da Vila Capanema.

Se no ano passado o torcedor tricolor lotou o estádio por várias vezes, agora, o Durival Britto está cada vez mais esvaziado. A média de público do clube registrada neste Brasileirão é de apenas 6.260 e só não é pior graças ao início do torneio, quando conseguiu atrair bons públicos contra Corinthians, Ceará e Grêmio.

Agora, depois de chegar ao ápice e praticamente voltar a estaca zero um ano depois, já que está virtualmente rebaixado à segunda divisão, o Paraná Clube terá um trabalho árduo pela frente. A verba de televisão voltará a diminuir, mas pelo menos o ano de 2018 serviu para a diretoria tricolor, comandada pelo presidente Leonardo Oliveira e que foi reeleito na semana passada, colocar as finanças em ordem. Assim, certamente o time paranista terá mais condições e estrutura para conseguir, já em 2019, retornar à elite do futebol brasileiro.

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