Ranking histórico

Paraná Clube 30 anos: os maiores jogadores da história parte 3

Caio Júnior fez história também como treinador, como quando levou o time à Libertadores, em 2006. Foto: Valquir Aureliano/Arquivo/Tribuna do Paraná

Na próxima quinta-feira (19), o Paraná Clube completa 30 anos de história. E para comemorar e relembrar a marcante trajetória do Tricolor de 1989 pra cá, a Tribuna do Paraná elegeu os 30 maiores jogadores da história paranista. Participaram da eleição 30 jornalistas que atuam ou atuaram no esporte (veja a lista e o critério de pontuação abaixo).

+ Veja quem ficou na primeira parte da lista
+ Veja quem ficou na segunda parte da lista

Nesta quarta-feira (18) serão revelados os que ficaram entre as 10ª e 6ª colocações. Entre eles, estão nomes que foram peças decisivas em conquistas de títulos, crias da base ou que lideraram o time em algum momento importante. Ao longo da semana, será revelada a lista completa.

Confira a terceira parte dos 30 maiores:

10º – Caio Júnior
Caio Júnior foi ídolo do Paraná como jogador e também como treinador. Foto: Hedeson Alves/Arquivo

Luiz Carlos Saroli, o saudoso Caio Júnior, teve três passagens pelo Paraná Clube. E todas elas foram muito intensas. Criado no Grêmio, o ex-atacante teve o Tricolor paranaense como clube do coração. “O Paraná representava uma casa pra ele. Ele falava várias vezes, ‘quero assumir o Paraná e não receber salário’. Por tudo que viveu no clube em 97, 2002 e 2006 ele tinha um carinho enorme pelo clube”, ressaltou Matheus Saroli, filho de Caio.

Em 1997, Caio Júnior foi destaque na campanha do título do Campeonato Paranaense, com um gol marcante contra o Matsubara e dois tentos no jogo do título, contra o União Bandeirante. Já em 2002, como treinador, o cascavelense tinha a dura missão de livrar o time do rebaixamento no Brasileirão. E conseguiu.

“Faltando dez rodadas ele assumiu o elenco profissional com 99% de chance rebaixamento, na lanterna. Na última rodada contra o Figueirense fora de casa, a permanência foi conseguida. Nunca esqueço de estar em casa com meu irmão e mãe rezando ajoelhados, ouvindo pelo rádio”, relembrou Matheus.

Por fim, veio a grande glória de Caio Júnior no comando do Paraná. Em 2006, o técnico levou o Tricolor à inédita classificação na Libertadores. “Foi um ano mágico. Acabou sendo o momento mais marcante”, finalizou Matheus.

9º – Marcos
Marcos começou e encerrou a carreira no Tricolor. Último jogo foi em 2017. Foto: Hugo Harada/Arquivo

“Sonho em voltar, pois sei que a minha história com o Paraná Clube está longe de acabar”. É assim que o ex-goleiro Marcos pensa sobre o futuro, após ter saído do departamento de futebol neste ano. Um dos grandes personagens da história do Tricolor, o agora dirigente foi revelado nas categorias de base do clube, foi peça importante na conquista da Copa João Havelange em 2000 e encerrou a sua carreira colocando o time de volta na elite do futebol brasileiro, em 2017.

“Meu amor pelo Paraná é inexplicável! O Paraná faz parte da minha vida, da minha história. Esse amor que eu tenho pelo clube foi minha motivação durante todos os anos que trabalhei no Paraná”, frisou o ex-camisa 1.

Durante os 12 anos em que vestiu a camisa vermelha, azul e branca, o arqueiro fez história com defesas importantes e uma grande liderança dentro de campo. São, no total, 367 jogos. “Todos os anos no Paraná Clube foram intensos, relembro muitas experiências marcantes, alguns com títulos e outras temporadas mais complicadas, mas vivendo a oportunidade de vestir a camisa do clube que amo”, concluiu Marcos.

8º – Serginho
Serginho fez história no início dos anos 1990. Foto: Arquivo

No dia 18 de setembro de 1992, quando o Paraná segurava um empate heroico contra o Grêmio, em Porto Alegre, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, eis que surgiu o talento de Serginho Prestes.

O Tricolor estava com dois jogadores a menos desde o início da primeira etapa e a pintura do hoje comentarista foi feita aos 34 minutos do segundo tempo. Ele arrancou da frente da área paranista, deu uma meia-lua no zagueiro e tocou com maestria por cima do goleiro. “Foi o gol mais bonito da minha carreira”, relembrou Serginho.

Revelado pelo Pinheiros e com passagem pelo rival Coritiba, o armador vestiu a camisa do Paraná pela primeira vez em 1991 e já foi levantando o título do Campeonato Paranaense. No ano seguinte, veio a taça da Série B.

“Somando Pinheiros na primeira passagem e o Paraná Clube foram de dez a 11 anos. Então, o clube representa muito pra mim. Fez parte da minha vida. Foi um início de muito sucesso. O Paraná se tornou o time do meu coração por ter vivido todo esse começo”, ressaltou Serginho.

7º – Lucio Flavio
Lúcio Flávio foi um dos últimos ídolos que o Paraná criou. Foto: Allan Costa Pinto/Arquivo

Revelado no próprio Paraná, Lucio Flavio virou um ícone no clube. Na primeira passagem, subiu ao time profissional em 1998 e depois de uma rápida passagem por empréstimo ao Internacional, em 1999, voltou para ser titular na conquista do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000. Mesmo com apenas 21 anos na época, já era um maestro do elenco. As boas atuações, com visão de jogo e também uma arma na bola parada, chamaram a atenção do Brasil.

Em 2002, deixou a equipe para jogar no São Paulo e passou por Coritiba, Atlético-MG, São Caetano, Al Ahli, da Arábia Saudita, Botafogo, Santos, Atlas, do México, – onde chegou com o status de ‘Pelé branco’ – e Vitória, até retornar ao Tricolor, em 2012.

Defendeu o time paranista por mais três temporadas, tentando levar o clube à primeira divisão novamente. Mais experiente, seguiu sendo decisivo em cobranças de falta e virando um líder do grupo, dentro e fora de campo. Porém, em 2015 foi embora, ainda jogando no Coxa, ABC e Joinville, onde encerrou a carreira, em 2017. Mas em 2018 retornou ao Paraná, onde atua até hoje como auxiliar-técnico.

A reportagem tentou entrar em contato com Lucio Flavio para ele falar da sua história, mas não teve retorno.

6º – João Antônio
João Antônio marcou um golaço histórico com a camisa paranista. Foto: Edson Silva/Arquivo

Assim como Serginho, João Antônio ficou marcado não só pelas conquistas com a camisa do Paraná Clube. Um golaço contra o Athletico no Campeonato Paranaense de 1993 foi uma das pinturas mais lindas da história do Tricolor.

“O gol de voleio foi inesquecível. Era um jogo muito importante. Aquele lance foi emblemático, pois ainda nos levou à final e abriu caminho para o título estadual. Fiquei muito feliz de estar no lugar certo e na hora certa”, relembrou o gaúcho, que havia sido revelado pelo Grêmio e vinha com status ao Paraná em 1991.

Foram cinco temporadas com a camisa vermelha, azul e branca. “O Paraná representa muita coisa pra mim. Eu vim de um clube grande e o Paraná me acolheu. Fui muito bem recebido e isso ajudou para eu ter sucesso. Eu me sinto um torcedor do Paraná. Vejo que o clube cresceu muito nesses 30 anos”, frisou.

Auxiliar-técnico da equipe sub-20 do Grêmio, João Antônio espera um dia retornar ao Paraná como treinador. “Hoje eu sou ex-atleta, me formei em Educação Física, quem sabe um dia eu possa retornar ao Paraná e fazer o melhor, assim como fiz como atleta”, destacou.

Quem participou: Ana Zimmermann, Ayrton Baptista, Augusto Mafuz, Carlos Bório, Carneiro Neto, Cristian Toledo, Diogo Souza, Edson Militão, Eduardo Luiz, Felipe Raicoski, Fernando Freire, Fernando Gomes, Gisele Rech, Guilherme de Paula, Guilherme Moreira, Irapitan Costa, Jairo Silva, Juliana Fontes, Luiz Ferraz, Manoel Fernandes, Marcelo Ortiz, Milton do Ó, Nadja Mauad, Otacílio Gonçalves, Ricardo Brejinski, Rodrigo Fernandes, Rogério Tavares, Serginho Prestes, Sicupira e Silvio Rauth Filho.

Regulamento: Os entrevistados listaram os nomes a partir do primeiro colocado até o décimo, respeitando a ordem de notoriedade, na opinião de cada um. A Tribuna do Paraná não forneceu nomes pré-definidos ou interferiu nas escolhas. A eleição contemplou apenas jogadores, e não técnicos.

A ‘nota’ dada para cada atleta citado foi baseada na pontuação de uma corrida de Fórmula 1. O primeiro colocado ganhou 25 pontos, o segundo 18, o terceiro 15, o quarto 12, o quinto 10, o sexto 8, o sétimo 6, o oitavo 4, o nono 2 e o décimo 1. Depois de contabilizados todos os votos, foram somados os pontos de todos os jogadores, definindo o ranking dos 30 maiores nomes do Paraná Clube.