Tendência atual

Estilo do novo goleiro do Tricolor é elogiado por especialistas

Anunciado pelo próprio clube como um goleiro-linha, Felipe Alves chega ao Tricolor com a confiança de uma indicação do treinador Fernando Diniz e precedido pela fama de ser um hábil jogador, não só com as mãos, mas também com os pés. O corajoso (ou imprudente?) chapéu dado por ele na pequena área em um jogo contra o Ituano é hoje seu cartão de visitas.
Como a presença de Marcos ainda é incerta, poupado por dores musculares originadas pelo novo tipo de treinamento imposto por Diniz aos goleiros paranistas, Felipe Alves pode até estrear contra o Náutico, amanhã, na Vila Capanema. Sua presença, no entanto, cria um dilema para o torcedor que não está acostumado a goleiros mais ousados.

O goleiro continua sendo o único jogador de um time de futebol que pode jogar com as mãos. No entanto, qualquer um deles que também saiba jogar com os pés rapidamente se destaca dos demais. A proibição imposta aos goleiros de pegar a bola com as mãos após recuo com os pés foi instituída em 1992. Foram necessários, no entanto, mais de 20 anos para que o mundo do futebol percebesse que eles poderiam participar mais ativamente dos jogos.

O Paraná se apresenta como um dos primeiros clubes no Brasil a apostar neste tipo de goleiro. Uma tendência no futebol europeu, tendo Neuer como expoente. Destaque do Audax no Paulistão deste ano, Felipe Alves iniciou seus trabalhos com o elenco paranista na semana passada.

Suas características e a preferência de Diniz o colocam em vantagem contra Marcos. “Quem faz isso tem a vantagem numérica”, opina o ex-preparador de goleiros do Paraná, Renato Secco. “O goleiro pode participar mais e ser mais útil para o time”, referenda o ex-goleiro Flávio, que também atuou pelo Tricolor.

Treino

O sucesso de um goleiro-linha também depende de muito trabalho. “Treinamos tanto, repetimos tantas vezes contra o time reserva que na hora do jogo, em intensidade diferente, não parece tão difícil”, diz explica o ex-preparador de Felipe Alves no Audax, Marcelo Carpes. Desde que chegou ao Paraná, no início desse mês, Fernando Diniz ressaltou a importância de contar com esse jogador extra. Esse pensamento exigiu uma mudança na preparação dos goleiros. “Com o Diniz, o trabalho se intensificou para que não seja apenas um último recurso, mas sim para deixar os goleiros mais participativos”, explica o preparador Fernando Lopes.