Lágrimas

Emoção toma conta do Paraná Clube, que dedica vitória a Jonas Pessalli

Foto: Divulgação/Paraná Clube

O guerreiro chorou. Enquanto a bola rolou, nos 98 minutos de partida na Arena Pernambuco (nos dois tempos o árbitro levou o jogo aos 49 minutos), Eduardo Brock foi o capitão de sempre do Paraná Clube, desde o susto do gol sofrido até a virada por 2×1 sobre o Náutico na noite de terça-feira (13). Mas quando Marcelo Aparecido de Souza encerrou a partida, ele não aguentou. Deixou o gramado aos prantos. Era o símbolo do abalo provocado pela morte trágica de Jonas Pessalli na segunda-feira, em um acidente automobilístico.

O choro de Eduardo Brock. Foto: Nicolas França/Rádio Transamérica
O choro de Eduardo Brock. Foto: Nicolas França/Rádio Transamérica

Em entrevista à rádio Transamérica, Brock chorou ao falar do companheiro – não só do Tricolor, mas desde os tempos da base do Grêmio, onde ambos começaram a carreira. “O Pessalli era uma grande pessoa. Convivi muito tempo com ele, sei a grande pessoa que ele era”, disse o capitão paranista.

“Conseguimos a vitória no final que tem uma importância gigante para a sequência, mas eu preciso falar do acontecimento. Só quero dar força para a família. Ele deixou três filhos lindos, era uma grande pessoa. Sei o coração que este cara tinha. Sei que ele nos ajudou lá de cima, e essa vitória vai para ele”, desabafou.

Pouco depois da manifestação do zagueiro, o perfil oficial do Paraná Clube no Twitter publicou uma nova homenagem a Jonas Pessalli, dedicando a vitória sobre o Náutico a ele.

Eduardo Brock era um dos jogadores mais próximos a Pessalli. Assim como Rayan, seu companheiro na defesa do Paraná Clube, que pediu para não viajar para ajudar a família do atleta nos trâmites burocráticos para o traslado do corpo até Bento Gonçalves, onde aconteceu o velório e nesta quarta-feira (14) acontece o enterro.

Autor do gol da vitória no jogo desta terça-feira, o atacante Robson também falou do companheiro que faleceu. “Ele estava no dia a dia com a gente, era um cara batalhador, sensacional, pai de família. A gente tem que superar. A gente sabe o quanto é difícil. Agora, tem que lutar e correr independente do acontecido, da fatalidade. Que Deus coloque ele em um bom lugar e conforte toda a família dele”, afirmou.

O jogo

Apesar da vitória, os jogadores do Paraná admitiram que o rendimento da equipe foi abaixo do que já se produziu em outras partidas – e que é preciso melhorar para a partida da sexta-feira (16), contra o Figueirense, às 20h30, na Vila Capanema. “Mesmo não fazendo uma boa partida, o importante era os três pontos e nós conseguimos”, afirmou Leandro Vilela, que ontem voltou à sua função no meio-campo, com Cristovam atuando pela lateral-direita.

Quem saiu feliz em dobro foi Robson. Além da vitória, ele enfim marcou seu primeiro gol após o retorno ao Tricolor. Ele também se emocionou, tanto que sua comemoração foi ajoelhado, agradecendo pelo fim do jejum. “É muito importante para mim marcar, mas a vitória é muito importante pelo trabalho que estamos fazendo. Agora espero que a ansiedade vá embora e que eu possa ajudar o Paraná”, finalizou o jogador.