Atacante na seca

Carlão estreou fazendo gol no Paraná, mas agora vive jejum

Contratado no final de agosto para ser a solução dos problemas ofensivos do Paraná, o atacante Carlão começou da melhor maneira possível a sua trajetória no clube. Indicado pelo então técnico Fernando Diniz, o centroavante marcou cinco gols nos seus dois primeiros jogos pelo Tricolor, teve seu nome gritado pelo torcedor, mas agora vive um jejum de sete jogos sem marcar.

Apesar das atuações abaixo da média, o jogador era um dos homens de confiança de Diniz, demitido no último domingo. O jogador admite que não vive uma boa fase e que a seca de gols já incomoda.

“Cheguei nas duas primeiras partidas e foi marcante. Nunca tinha acontecido. E atacante vive de gols, precisa fazer gols. Chega uma hora que incomoda. Passa uma, duas, cinco, seis partidas sem fazer e começa a incomodar. Você procura saber o que tem que fazer de diferente, o que você vinha fazendo que os gols estavam saindo e agora não estão mais”, apontou o camisa 9 paranista.

Apesar da seca de gols, Carlão, que depois da troca no comando técnico pode perder a titularidade, afirmou que está recebendo o apoio dos seus companheiros de equipe e acredita, agora, em uma nova fase para que os gols voltem a sair.

“Tem que trabalhar. Não pode desanimar e nem abaixar cabeça. Estou recebendo o apoio dos meus companheiros, uma confiança muito grande deles. Vou procurar trabalhar ainda mais, sempre fazendo o meu melhor para que os gols voltem a sair naturalmente”, concluiu ele, que com cinco gols, é o vice-artilheiro do Tricolor na Série B, atrás apenas do meia Rafael Costa, que tem seis.

Futuros não parecem compatíveis

Fernando Diniz é um dos treinadores de maior potencial do futebol brasileiro. Pelo estilo de jogo que prega, pode ser um sopro necessário de renovação – ainda mais com sucesso nos seus trabalhos, o que ainda não aconteceu de todo. O Paraná Clube precisa de profissionais de potencial dentro e fora de campo. E precisa de alguém que saiba trabalhar a longo prazo. Olhando de primeira, os destinos de Diniz e do Tricolor pareciam estar caminhando juntos.

Mas não estavam. Para o futuro do técnico, é preciso fazer uma aposta pesada, moldando um elenco à feição dele, permitindo que ele possa imprimir seu estilo em definitivo – no Paraná, foi um remendo de “tiki-taka”. E uma aposta pesada é justamente o que o Tricolor não pode fazer neste momento. Não há condições financeiras de fazer uma equipe “com a cara do Diniz”, como disse à Tribuna na quinta-feira passada o presidente eleito Leonardo Oliveira.

O Paraná tem apenas uma bala, não pode errar o tiro. E dentro do cenário do clube, Fernando Diniz não era uma aposta certa. Era uma aposta, simplesmente. Com ele, apesar de todo potencial, era possível ter turbulências nessa viagem que agora tem um destino planejado – dia 26 de novembro do ano que vem, dia em que termina a Série B 2016. Sim, porque essa mudança deixa claro que o clube não acredita nem mais nas chances matemáticas de acesso nessa temporada.

E, pensando assim, talvez seja mesmo o melhor a fazer. O ideal é planejar o ano que vem de uma vez. Aproveitando outro momento da conversa com Leonardo Oliveira, ele disse que essa rotatividade de jogadores na Vila Capanema é um problema que agrava a situação financeira do clube. Vamos pensar juntos: o Tricolor montou um elenco no Paranaense; depois remontou o grupo para Nedo Xavier; mais tarde fez tudo de novo com Fernando Diniz. Esse 2015 não passou com 30 ou 35 atletas. Foram mais de 60. Imagine o passivo para o final do ano.

Por isso, com tempo para planejar, contratar e principalmente se antecipar ao mercado, o Tricolor pode ter em 2016 mais sucesso que nos últimos anos.

Mudanças

O técnico Fernando Miguel, que assumiu interinamente o comando do time paranista depois da saída de Fernando Diniz, deve promover algumas mudanças na equipe para o duelo de amanhã, às 19h30, contra o Criciúma, lá no Heriberto Hüls,e, em Santa Catarina.

Se antes o Tricolor contava com apenas um volante, a tendência é de que o treinador recheie o setor de contenção, inclusive com a volta de Jean, que teve um desentendimento com o ex-treinador e ficou sem atuar nos últimos jogos do Tricolor.

Na zaga, o volante Anderson Uchoa, que atuava improvisado, deve deixar a equipe para a entrada de Zé Roberto, que é zagueiro de ofício. Fernandes, antes improvisado como volante, deve voltar para a lateral-esquerda e Rafael Carioca deverá jogar mais a frente, no setor de criação. Recuperado de lesão, Éder deverá ganhar uma oportunidade entre os titulares, enquanto no ataque, Carlão pode perder a posição para Lúcio Flávio. Ou até mesmo jogar os dois, mas o técnico Fernando Miguel ainda não definiu o time que entra em campo amanhã.

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