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Até aqui, 2017 vem sendo diferente para o Paraná Clube, que mantém pés no chão

A vitória por 2×0 sobre o Bahia, na última quarta-feira, comprovou o bom momento do Paraná Clube. Ao contrário das expectativas ao término da temporada passada, quando brigou até o final da Série B contra o rebaixamento e iniciou o elenco quase do zero, o Tricolor não só vem bem no Campeonato Paranaense, onde é o líder, como também desbancou na Copa do Brasil um time que, na teoria, por ser da Série A, tem mais dinheiro e um grupo mais forte.

Os bons resultados dentro de campo, que são frutos das apostas feitas pela diretoria, que bancou o técnico Wagner Lopes, o diretor de futebol Rodrigo Pastana e um time com jogadores desconhecidos, também estão ajudando o clube nos bastidores. Só a classificação para a terceira fase da Copa do Brasil rendeu aos cofres R$ 680 mil, o suficiente para bancar dois meses e meio de folha salarial. Um respiro para o orçamento, que já está no limite devido a dívidas acumuladas dos últimos anos.

A grande diferença para 2016 é que, desta vez, o presidente Leonardo Oliveira mantém os pés no chão. No passado o discurso dos dirigentes vendido para a torcida é de que dava para sonhar com o acesso, como em 2015, quando foi falado de acesso com três rodadas de antecedência, e em 2016, quando Vavá afirmou que o Paraná era a terceira força da Série B. Desta vez, os olhos estão voltados para o futuro.

“O resultado é empolgante, mas não surpreendente. O trabalho dessa comissão, de todos os profissionais dessa diretoria. É fruto do trabalho e claro que ainda não alcançamos o sucesso do nosso projeto. Ainda não dá para tirar o pé do chão, já tive essa experiência anteriormente e foi traumático. É manter a união do clube, mais importante até que o resultado dentro de campo, e saber administras esse bom momento”, disse o presidente.

A maior preocupação paranista é que com o sucesso o interesse de outras equipes em cima de alguns destaques possam desfalcar o time para a sequência da temporada. Dificilmente o Paraná conseguirá manter todos os jogadores. O mais assediado é o meia Renatinho, que tem contrato apenas até o final do Campeonato Paranaense, assim como a maioria do elenco.

“Pode acontecer de perder alguém. Temos que reconhecer nossas limitações, tentar antever perdas e já estar buscando novas peças. Clubes de Série A estão interessados nos nossos atletas, mas eu confio muito no departamento de futebol para substituir caso percamos alguém”, acrescentou Leonardo Oliveira.

O departamento de futebol, comandado por Pastana, aliás, vem tendo carta branca na montagem do elenco. Foi assim no início do ano e também será para a Série B. Dentro de um perfil, a busca por reforços será de acordo com o encaixe com o atual grupo, que vem se unindo e mostrou isso após a vitória sobre o Bahia, com todos os atletas comemorando os gols e a classificação.

A expectativa é de conseguir segurar alguns jogadores, embora já se admita que a maioria deve ir embora. Mas a ‘família paranista’ formada nestes dois meses de trabalho vem sendo a grande arma do clube para convencer aqueles que tem contrato curto a renovar por mais um tempo.

“Não existe como se precaver sem ser com os contratos, mas o mais importante para segurar os jogadores é o ambiente. A maior preparação é ficar ligado no mercado”, finalizou o presidente.