Tranquilidade em campo

Análise tática: Posse de bola foi fundamental pro Paraná Clube vencer o Inter

Vinícius Kiss teve trabalho na marcação, mas foi bem como primeiro volante. Foto: Albari Rosa

Controle emocional e de posse de bola. Foi assim que o Paraná Clube venceu o Internacional por 1×0 na noite de terça-feira (3), na Arena da Baixada. Diante da festa e da expectativa da torcida, era esperado um Tricolor ofensivo, partindo para cima do Colorado. E aí que veio o lado psicológico.

O time paranista não caiu na pilha da arquibancada. Desde o início, passou a atuar com calma, no toque de bola, mas sem correr muitos riscos. No 4-1-4-1, Vinícius Kiss era o primeiro volante e Gabriel Dias o elemento surpresa, confundindo a marcação, que dobrava a atenção em Renatinho e permitia que João Pedro e Robson tivessem um pouco mais de liberdade. Tanto que os dois eram os mais perigosos. O primeiro no toque de bola, o segundo ganhando espaço para entrar na área.

Durante a primeira metade da etapa inicial, o Colorado era só defesa. Também postado no 4-1-4-1, não conseguia acionar Leandro Damião e nem ligar os contra-ataques. Até que um chute de Eduardo Sasha, que Richard espalmou, mudou o panorama da partida. A partir daí, o Inter se encaixou em campo e passou a pressionar, atacando em velocidade e tirando o Paraná Clube da sua zona de conforto.

Gabriel Dias atuou um pouco mais avançado e bagunçou a marcação do Inter no primeiro tempo. Foto: Albari Rosa
Gabriel Dias atuou um pouco mais avançado e bagunçou a marcação do Inter no primeiro tempo. Foto: Albari Rosa

A parte tática se perdeu e o Tricolor só conseguia se defender na base do chutão, com o meio-campo ficando nulo e vendo a bola sair da defesa direto para Alemão. Aí veio a posse de bola. Com tranquilidade, a equipe paranista parou rapidamente de fazer ligação direta e voltou trabalhar as jogadas, tendo em Cristovam uma peça importante, sendo sempre opção de passe.

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O gol de Iago Maidana, no entanto, não deu mais tranquilidade para o Paraná Clube. No segundo tempo, foi a vez de o sistema defensivo do Tricolor mostrar serviço, uma vez que o Internacional voltou mais agressivo e pressionando. Até por isso, o time paranista mudou a postura. Com a entrada de Jhony no lugar de João Pedro, passou a jogar no 4-3-2-1, com três volantes segurando os armadores do Inter e apostando na velocidade de Renatinho e Robson.

A ideia, defensivamente, deu certo. Embora seguisse pressionado e dominado, o Paraná não via o Inter arriscar tanto. E quando chegava, parava em Richard, que fechou o gol. Mas correu um grande risco ao se fechar demais e praticamente abrir mão de atacar. Lá na frente a coisa não deu muito certo. O contra-ataque não foi tão efetivo e quase não produziu na etapa final.

De qualquer maneira, o Tricolor soube segurar a pressão colorada e também enfrentou de igual para igual aquele que vinha sendo o melhor time da Série B, mesmo sendo inferior tecnicamente. Mais uma vez, o lado tático foi fundamental.