Paraná tenta virar a página

Depois de amargar um empate em Recife, os jogadores do Paraná Clube voltaram aos treinamentos na tarde de ontem.

E o assunto continuava sendo a forma como a equipe não soube administrar a vantagem que construiu no primeiro tempo. Na visão do grupo, o caminho do clube é aliar o desempenho defensivo do jogo frente ao São Paulo, mas sem perder a ofensividade.

O 4×4 tirou do Tricolor a liderança do Brasileirão, mas o time segue com o melhor ataque (13 gols), o artilheiro (Josiel, com 7) e o melhor aproveitamento fora de casa (77,78%), ao lado do Corinthians.

O clube paulista é também o próximo adversário do Paraná na competição, no Morumbi.

?Temos uma semana para encontrar esse ponto de equilíbrio?, frisou o capitão Beto. O jogador preferiu não citar um momento ou um erro como o causador do ?empate com sabor de derrota?.

Para o experiente volante, o Tricolor pecou no geral, permitindo ao Náutico criar muitas situações de ataque. Principalmente nas bolas paradas. ?Este sim, continua sendo o nosso maior problema?, admitiu Beto.

?E não é por falta de aviso. O Pintado vem conversando muito com a gente.

Acho que está faltando mais concentração para o time?, reconheceu.

Três dos quatro gols sofridos nos Aflitos tiveram origem em cobranças de faltas ou escanteios. ?Frente ao Corinthians, isso não pode se repetir?, emendou o zagueiro Daniel Marques, garantindo que já se recuperou emocionalmente do deslize nos Aflitos (quando meteu a mão na bola e fez o pênalti que gerou a reação do time pernambucano). ?É página virada. Só erra quem está lá dentro, mas um erro bobo como aquele não se repetirá?, garantiu.

O artilheiro Josiel reconheceu que o Paraná é um time ?inocente?.

?Nem sei se esse é o melhor termo. Mas às vezes a gente só se preocupa em jogar bola?, disse o atacante, que vive seu melhor momento no Tricolor. ?Não soubemos administrar uma vantagem. Agora, é buscar um bom resultado em São Paulo. Afinal, trata-se de um adversário direto, que vive um bom momento?, comentou.

Josiel não quer perder o embalo e seguir balançando as redes. ?Torço para que surja ao menos uma chance clara de gol. Tem sido assim e venho mantendo a média. Contra o Náutico fiz dois e ainda uma assistência. É bom para mim e bom para o Paraná?, finalizou o principal goleador do Brasileirão, com 7 gols.

Mais um aluno da ?escola de técnicos?

Foram apenas três jogos sob o comando de Pintado. Mas, diante da reação dos atletas, o Paraná passou sem traumas pelo período de transição do comando técnico. Mesmo sem vitória nas últimas duas partidas – para alguns, o treinador abusou da ofensividade nos jogos contra Cruzeiro e Náutico – o trabalho de Pintado foi bem assimilado pelo grupo. E com Pintado, o Paraná fortalece sua fama de ser uma ?escola para treinadores?.

O rótulo foi dado por ninguém menos que Muricy Ramalho, atual técnico campeão brasileiro. Ao analisar mais um duelo com Zetti – que foi seu jogador e hoje é companheiro de profissão – Muricy lembrou do bom trabalho de Zetti no Paraná Clube (ao longo do Paranaense, da Libertadores e nas duas primeiras rodadas do Brasileiro) e citou outros nomes que conseguiram projeção após escala na Vila Capanema.

?Hoje, é o Pintado que está lá. O Paraná vem dando espaço para essa nova geração de treinadores e obtendo resultados?, frisou Muricy Ramalho durante a coletiva após a derrota para o Atlético Mineiro, de Zetti. ?O Caio Júnior também foi muito bem lá. É uma marca interessante do Paraná?. Nos últimos anos, além de apostar em jogadores relativamente desconhecidos, o Tricolor vem mantendo a mesma política em relação ao comando técnico.

Na visão do presidente José Carlos de Miranda, uma fórmula que vem dando certo pela sustentação dada pela diretoria e pelo espírito ambicioso dos profissionais. ?Todos vêm para cá apostando em suas carreiras. Isso faz com que tenhamos um grupo de guerreiros, onde todos querem vencer. Não só nos jogos, mas na vida?, comentou o dirigente tricolor.

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